Descrição de chapéu ministério da fazenda

Cada R$ 1 investido no 'Pé-de-Meia' gera R$ 7 no futuro, diz secretário da Fazenda

Segundo Marcos Barbosa Pinto, estudos do governo apontam que o programa pode cortar um terço da atual evasão no Ensino Médio

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São Paulo

Segundo Marcos Barbosa Pinto, secretário de reformas econômicas do Ministério da Fazenda, cálculos da pasta apontam que a cada R$ 1 investido no programa Pé-de-Meia, R$ 7 (em valores atuais) serão gerados no futuro.

"Temos evidências de que programas de bolsa de estudos não controlam evasão, mas pagamentos diferidos, sim. Segundo estudos, o programa pode cortar um terço da atual evasão no Ensino Médio", disse Barbosa Pinto nesta segunda-feira (8) durante evento em São Paulo.

Retrato de Marcos Barbosa Pinto, que veste terno e gravata
Marcos Barbosa Pinto, secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, durante entrevista à Folha em seu gabinete. Estudos da pasta apontam capacidade de valor investido no Pé-de-Meia gerar impacto positivo na economia sete vezes maior. - Pedro Ladeira/Folhapress

Ainda de acordo com o secretário, outras pesquisas sugerem que a evasão escolar no Brasil tem um impacto anual equivalente a 3% do PIB (Produto Interno Bruto) e seria uma dos entraves para um maior crescimento da economia.

O programa Pé-de-Meia foi criado em janeiro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o objetivo de incentivar a permanência de estudantes de baixa renda no ensino médio com uma mensalidade para estudantes e uma poupança que poderá ser sacado após a conclusão do ensino médio, além de um bônus para quem fizer o Enem.

O programa já está em vigor e teve o primeiro pagamento, do incentivo-matrícula no valor único de R$ 200, em março, aos estudantes elegíveis matriculados em alguma série do ensino médio público.

Spread bancário

Para o secretário, outro fator que pode alavancar o crescimento do PIB é um menor spread bancário —diferença entre o juro cobrado e o custo efetivo do crédito. "Há um estudo do Banco Central, inclusive, que mostra que se tivéssemos no Brasil um spread bancário igual à média mundial, a gente teria 40% mais de crédito na economia e um PIB 5% maior."

A média mundial citada por Barbosa Pinto é 5,8%, equivalente ao spread do México, par emergente do Brasil.

"No Uruguai, [o spread] já é abaixo da média mundial, e na China também já. Então, se conseguirmos puxar o spread bancário [do Brasil, que hoje está na casa de 20% para esses 6%, que é a média mundial, podemos destravar volume de crédito gigantesco e um crescimento muito grande."

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