Menores, mais rápidos e sem assentos: como os fast foods estão mudando nos EUA

Nova York assiste a uma nova tendência de modelo de negócios com locais específicos para entrega

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Celia Young
Nova York | The New York Times

Para as cafeterias, lojas menores representam uma mudança do modelo de negócios popularizado pelo Starbucks, no qual as lojas funcionam como espaços separados do trabalho ou de casa onde as pessoas podem permanecer por horas, conversar com amigos e fazer novas amizades.

Estes locais podem ser qualquer coisa —seu bar local, um parque público, até mesmo um restaurante de fast food como um McDonald's— desde que as pessoas vão para lá se reunir, disse Kathy Giuffre, professora emérita de sociologia no Colorado College. Onde o serviço rápido, as horas reduzidas ou o espaço menor limitam os encontros sociais, a solidão e o isolamento podem aumentar.

A nova localização do Chick-fil-A em Nova York tem tudo o que você esperaria de um fast food especialista em frango: atendentes simpáticos, batatas fritas crocantes e uma fila de clientes famintos. Só está faltando uma coisa: assentos.

A loja, que abriu no Upper East Side, em Manhattan, em março, é a primeira da rede a trabalhar exclusivamente com pedidos para viagem e entrega. Faz parte de uma nova tendência de lojas menores focadas no delivery que explodiu durante a pandemia e se manteve popular, especialmente entre as cafeterias e redes de fast food de Manhattan.

De 2019 a 2023, o tamanho médio de um imóvel comercial para aluguel em Manhattan diminuiu 17%, para 787,9 metros quadrados, de acordo com a CoStar Group, uma empresa de dados imobiliários comerciais.

A imagem mostra várias pessoas em uma fila dentro de um restaurante de fast food. O restaurante tem uma decoração com paredes vermelhas e brancas, e há um logotipo de uma galinha no fundo. As pessoas estão esperando para serem atendidas, e um funcionário está atrás do balcão, aparentemente pronto para receber os pedidos.
Pessoas aguardam atendimento no Chick-fil-A's, em Manhattan; lanchonete é especializada em lanches de frango - Robert Wright/The New York Times

Essa queda tem sido mais visível em cafeterias, onde os habitantes de Manhattan têm agora menos lugares para sentar, disse Gregory Zamfotis, fundador e diretor executivo da Gregorys Coffee.

"Em muitos locais, devido à rotatividade ou mudanças que outras empresas fizeram ao reduzir os assentos, há simplesmente menos opções para as pessoas terem onde ficar", disse Zamfotis.

É difícil precisar exatamente o quanto as cafeterias e restaurantes de fast food diminuíram de tamanho. Muitas imobiliárias voltadas para o comércio acompanham poucos contratos de locação assinados por esses inquilinos a cada ano. Mas analistas imobiliários, corretores e inquilinos concordam que os comércios estão reduzindo o tamanho.

"Menor é melhor", disse Steven A. Soutendijk, diretor executivo da Cushman & Wakefield. "Há muito mais inquilinos procurando lojas menores do que procurando as maiores."

Entre os adeptos desta tendência está Benjamin Sormonte, cofundador e diretor-executivo da cadeia de cafés e padarias Maman. Sormonte planeja abrir mais filiais deste porte —apropriadamente chamadas de "Petite Mamans".

As lojas pequenas variam de 107 metros quadrados a 244 metros quadrados, enquanto um Maman de serviço completo pode ter até 975 metros quadrados, disse Sormonte. Lojas menores permitem que ele atinja clientes que estão de passagem e dão a ele mais flexibilidade ao procurar novos locais, uma vantagem crucial dada o histórico de baixa disponibilidade de varejo em Manhattan.

Buffalo Wild Wings, Starbucks, Blank Street Coffee e até mesmo o Whole Foods também anunciaram ou lançaram lojas menores voltadas apenas para entregas em Nova York ao lado de suas unidades existentes. O Blank Street, em particular, nasceu do modelo de pequeno formato: a maioria de suas lojas tem menos de 107 metros quadrados e são projetadas para atender os clientes em um ritmo acelerado.

"Todos os comerciantes que estão tentando isso, tendo os dois modelos", afirmou David Firestein, sócio-gerente da corretora SCG Retail. "As marcas que têm 10, 20, 50 ou 100 lojas, estão constantemente olhando para o modelo e estão constantemente mudando e avaliando. Isso é o que bons varejistas fazem."

A imagem mostra o interior de uma padaria movimentada. Há várias pessoas na fila esperando para serem atendidas. Dois funcionários, usando bonés amarelos, estão atrás do balcão de vidro que exibe uma variedade de pães e doces. No fundo, há prateleiras com plantas e produtos à venda. Uma das paredes tem um revestimento de pedra e há um grande cartaz colorido pendurado. As pessoas na fila estão vestidas de forma casual, algumas segurando bebidas.
Clientes esperam para ser atendidos no Gregorys Coffee, em Manhattan; rede tem poucos assentos e uma estratégia diferente do Starbucks - Robert Wright - 21.jun.2024/NYT

Para as cafeterias, lojas menores representam uma mudança do modelo de negócios popularizado pelo Starbucks, no qual as lojas funcionam como espaços separados do trabalho ou de casa onde as pessoas podem permanecer por horas, conversar com amigos e fazer novas amizades.

Estes locais podem ser qualquer coisa —seu bar local, um parque público, até mesmo um restaurante de fast food como um McDonald's— desde que as pessoas vão para lá se reunir, disse Kathy Giuffre, professora emérita de sociologia no Colorado College. Onde o serviço rápido, as horas reduzidas ou o espaço menor limitam os encontros sociais, a solidão e o isolamento podem aumentar.

"Os lucros provavelmente são ótimos em lugares que conseguem te pegar e te tirar muito rápido", disse ela. "Os custos sociais são invisíveis, mas muito profundos."

No entanto, Zamfotis não acredita que as lojas de pequeno porte representem o fim da cafeteria como um local para ficar mais tempo, mesmo considerando o espaço limitado e os aluguéis altos de Manhattan.

"Eu acredito firmemente no futuro deles", disse ele. Pode ser uma versão diferente, observou, "mas ainda estará presente porque as pessoas ainda anseiam por um lugar".

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