Negócios de comida e bebida esperam novembro aquecido com a chegada da Copa

Caterings apostam em kits de petiscos que podem ser personalizados pelo cliente

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São Paulo

Com a Copa do Mundo, empresas que fornecem comidas prontas e bebidas esperam um mês de novembro aquecido.

Fundado em agosto, o catering Cumbuca já chegou ao mercado com cardápios organizados para a Copa —embora estreante, a empresa tem à frente o chef Thiago Cerqueira, 34, que acumula cinco anos de experiência em eventos.

Retrato de Thiago Cerqueira, do catering Cumbuca, que criou menus de comidinhas de boteco para atender clientes nos jogos da Copa do mundo 2022
Retrato de Thiago Cerqueira, do catering Cumbuca, que criou menus de comidinhas de boteco para atender clientes nos jogos da Copa do mundo 2022 - Jardiel Carvalho/Folhapress


Os kits com comidinhas de boteco —de caldinho de feijão a espetinhos—, para grupos a partir de dez pessoas, serão entregues em residências ou empresas e vão custar a partir de R$ 350 por pessoa O preço sobe conforme o cliente adiciona itens e serviços, como atendimento de garçom e bartender, e pode chegar a R$ 1.000.

A personalização é o diferencial de Cerqueira. "Se o cliente quiser petiscos e pratos relacionados ao país adversário do Brasil, por exemplo, a gente adapta o cardápio."

Na pandemia, aprendemos a força do delivery e passamos a criar soluções menores para datas festivas

Oghan Teixeira

sócio-fundador da Ghee Banqueteria

A Ghee Banqueteria também está confiante na demanda de pedidos para a Copa. Fundado em 2008 por Oghan Teixeira, 41, e Paulo Neves, 45, o bufê já atendeu muitos clientes em campeonatos passados, sempre fornecendo serviço atrelado à comida. Desta vez, aposta nos kits prontos.

"Na pandemia, aprendemos a força do delivery e passamos a criar soluções menores para datas festivas", diz Teixeira.

Serão dois modelos do Copa box: o de comidinhas de boteco e docinhos temáticos, como brigadeiros verde e amarelos (R$ 600, para até seis pessoas, ou R$ 1.200, para até 12), e o de feijoada (R$ 550 e R$ 1.300, respectivamente). "Esperamos vender pelo menos 150 kits", calcula ele.

A Labaki Delishop também terá kits prontos. Serão seis opções, com petiscos, bebidas e sanduíches, sem pedido mínimo, a partir de R$ 100 por pessoa. Fundadora da empresa, a assadora Paula Labaki, 55, também comanda o Catering Lena Labaki e se preparou para a demanda pelo churrasco em casa.

Por preços a partir de R$ 180 por pessoa, ela vai fornecer comida, bebidas, serviço e até equipamentos. "Adapto-me a qualquer tipo de churrasqueira, mas também posso levar a minha. Monto até varal e fogo de chão."

Retrato de Oghan Teixeira (à direita) e Paulo Neves (à esquerda), da Ghee Banqueteria, que criaram Kits temáticos de comidinhas para eventos, para atender clientes nos jogos da Copa do Mundo 2022
Retrato de Oghan Teixeira (à direita) e Paulo Neves (à esquerda), da Ghee Banqueteria, que criaram Kits temáticos de comidinhas para eventos, para atender clientes nos jogos da Copa do Mundo 2022 - Jardiel Carvalho/Folhapress


Os caterings não são o único tipo de empresa que pode aproveitar a Copa. O ecommerce especializado em gim The Gin Flavors criou um pacote para o campeonato, aproveitando que um possível jogo do Brasil nas oitavas de final aconteceria na hora do almoço ou no meio da tarde.

Quem comprar um dos combos especiais na loja online, com gim, vodca e tônica para grupos a partir de 20 pessoas, ganha os serviços de um barman, que vai à casa do cliente preparar os drinques ao longo de três horas (a partir de R$ 51,91 por pessoa).

"Temos uma expectativa enorme", diz Erico Angelis, 49, sócio da The Gin Flavors. "Cada drinque sai por pouco mais de R$ 11 e as pessoas vão poder ficar com as taças temáticas, que serão marcadas com as datas dos jogos e as bandeiras dos países."

Para quem nunca pôs esse tipo de produto à venda, a regra é o planejamento. Quanto maior a antecedência, melhor, diz Rita Atrib, fundadora do Buffet Petit Comité.

"Como todos os clientes farão os pedidos para os mesmos dias e horários, o melhor é começar a se planejar já e ser realista em relação à capacidade de atendimento."

Empresas também são clientes em potencial, já que muitas permitem que os funcionários façam uma pausa na hora do jogo, mas não chegam a encerrar o expediente. No entanto, Atrib acredita que os encontros domésticos sejam o melhor caminho para quem está começando.

"Eventos corporativos são mais formais. Os contratantes costumam ser mais atentos a pequenos detalhes, exigentes em relação aos padrões e menos tolerantes a falhas."

O contrato, aconselha, requer atenção. Deve conter a quantidade exata de itens por pessoa e, no caso de incluir serviço, o número de horas que os atendentes estarão à disposição, com valor de hora extra determinado.


Um gargalo comum nesse tipo de evento, diz a banqueteira, é a logística das entregas, já que todos os clientes precisam receber seus pedidos pouco antes do início dos jogos. Quem não tem frota própria precisa garantir motoristas ou motoboys temporários e comprometidos para não sofrer com imprevistos.

Por se tratar de uma ocasião festiva, o empreendedor também deve estar preparado para alguns investimentos extras, como embalagens e itens de decoração temáticos, e levá-los em conta na hora de precificar os produtos.

De acordo com a consultora Rê Cruz, fundadora da plataforma de gestão de negócios de alimentação Foodness, é necessário montar um miniplano de negócios.

A estratégia começa com o mapeamento dos dias e horários dos jogos, o que influencia o tipo de produto e serviço que será mais procurado.

"O empreendedor também precisa entender quem é seu cliente e o que ele busca para a ocasião, e só então desenhar os produtos que vai oferecer. Quem aceitar encomendas de última hora ainda deve estabelecer um limite de capacidade de atendimento para não correr o risco de ter prejuízo. Se esgotou [a capacidade de atendimento], esgotou."

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