Descrição de chapéu Natal férias

Planejamento antecipado é chave para lucrar com festas de fim de ano e verão

Empresários precisam se adiantar e negociar preços e prazos com seus fornecedores muito antes dos meses de verão

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Rio de Janeiro

Ao se preparar para o fim do ano, empresários devem priorizar estoque de produtos com bom histórico de vendas e negociar a compra de insumos com antecedência.

A organização para a demanda de dezembro e janeiro, sobretudo no caso de negócios sazonais —que lucram mais nesse período—, deve ser feita antecipadamente junto aos fornecedores.

De acordo com Rubens Massa, professor de empreendedorismo da FGV, essa é uma estratégia para negociar com melhores condições, uma vez que caem no fim do ano a disponibilidade de produtos e os prazos de pagamento.

Clientes compram enfeites de Natal na rua 25 de março, em São Paulo
Clientes compram enfeites de Natal na rua 25 de março, em São Paulo - Rubens Cavallari/Folhapress

Adiantar a compra facilita o planejamento do estoque, que deve ser abastecido com base nas projeções da empresa e nos itens mais vendidos no ano anterior, de acordo com Miriam Vale, professora de empreendedorismo do Ibmec.

Na Maya Glasses, loja virtual de óculos de sol com sede em São Paulo, a negociação com fornecedores foi feita em agosto. Com a expectativa para o Natal e o verão, o negócio dobrou o estoque e alugou um espaço maior para armazená-lo.

"Toda essa preparação é essencial para fazer um bom final de ano e estar focado somente em vender e entregar o produto com a maior qualidade possível", afirma Lucas Alves, 24, sócio da empresa.

Neste ano, Alves espera uma demanda quatro vezes maior, impulsionada pela estreia de uma nova coleção da marca e por parcerias com influencers. Em 2021, ano em que foi inaugurada, a loja teve faturamento de R$ 900 mil.

A Maya Glasses tem 11 funcionários e pretende contratar mais cinco para as vendas de dezembro. Os profissionais serão treinados para entender sobre a expedição de produtos e demais processos operacionais.

Miriam Vale, do Ibmec, diz que a qualificação dos funcionários deve abarcar tanto as técnicas quanto o foco em lidar com clientes.

Outro ponto importante é conversar com empresários do mesmo ramo para entender quais são as tendências da estação e preparar o estoque e as campanhas digitais.

"A conexão entre empreendedores gera previsões para que possam oferecer não só quantidades coerentes com as do mercado, mas também ponderar isso dentro dos tipos de produto, incrementando a linha e modificando, se necessário", afirma o professor Rubens Massa.

Redes sociais podem ser um ponto de partida para bons resultados. Segundo os especialistas, é preciso pensar nos canais digitais ideais para alcançar o público-alvo, já que o perfil do cliente muda de acordo com a rede.

Para aproveitar o fim do ano, diz Frederike Mette, coordenadora do curso de administração da ESPM, as campanhas online não podem ser feitas pouco tempo antes do Natal, já que publicidade tardia pode afetar a conquista de novos clientes.

O período também é uma oportunidade para lançar promoções. Mercadorias que não tiveram muitas vendas ao longo do ano podem ser oferecidas a valores mais baixos para potencializar o giro de caixa e renovar o estoque, segundo Miriam Vale, do Ibmec. Para isso, é preciso se basear no custo do produto e em seu preço médio no mercado.

A professora afirma que outra possibilidade é a oferta de pacotes promocionais, em que itens complementares —flores e chocolate, por exemplo— são vendidos em conjunto.

Na Manoock, marca de roupas femininas, as promoções do segundo semestre são pontuais, como a semana do cliente, em setembro, e a Black Friday. O sócio Pedro Videira, 29, diz que a empresa aposta na oferta de brindes, incluindo bolsas e nécessaires, para vendas no fim do ano.

Em promoções, a empresa seleciona produtos de menor venda da coleção mais recente. A partir de janeiro, a Manoock entra em liquidação para acompanhar o mercado, diz Pedro.

Com quatro unidades físicas no estado de São Paulo, a marca tem 40 funcionários e registrou faturamento de R$ 8 milhões em 2021. O sócio declara que a expectativa para o fim de ano é positiva.

Consumidores vão às compras na semana anterior ao Natal no shopping Cidade Jardim, em São Paulo
Consumidores vão às compras na semana anterior ao Natal no shopping Cidade Jardim, em São Paulo - : Zanone Fraissat/Folhapress

"Ano passado, houve um sentimento de gratidão depois de tanto tempo sem sair de casa. Acho que esse momento vai se repetir, mesmo depois de um período conturbado. Estamos apostando em superar os números de 2021", afirma.

Segundo especialistas, o fim deste ano deve sinalizar uma melhora, mas pode não ser o suficiente para superar o volume anterior à pandemia.

No Natal de 2021, as vendas em shoppings cresceram 10% em relação às do feriado de 2020, mas não alcançaram as cifras de 2019, de acordo com a Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings).

A instabilidade econômica é reforçada por fatores como as eleições e a Guerra da Ucrânia. Massa, da FGV, diz que o quadro tem melhorado em comparação ao último biênio.

"É razoável esperar que haja uma melhora em 2022 em relação ao mesmo período do ano anterior, sobretudo porque existe otimismo maior em relação à economia. Mas ainda não podemos esperar uma recuperação dos níveis pré-pandemia."

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