Superdelegado James Clyburn endossa Obama, partido espera apoio em massa
O representante (deputado) James Clyburn, da Carolina do Sul confirmou seu endosso ao pré-candidato democrata à Presidência dos EUA Barack Obama na manhã desta terça-feira.
Clyburn faz parte do time democrata que lidera a Casa dos Representantes e é um dos 797 superdelegados do partido, os membros partidários e políticos eleitos que votam independentemente dos votos populares.
"Hoje o processo acaba", disse Clyburn em entrevista ao programa Today, da rede de TV NBC, em referência às últimas primárias democratas realizadas hoje em Montana e Dakota do Sul.
Analistas do partido esperam que o apoio do representante atraia mais superdelegados para o lado de Obama, consolidando sua liderança na corrida democrata pela nomeação.
A equipe de campanha de Obama tem trabalhado intensamente dentro do partido para conquistar o apoio dos superdelegados antes do final da votação nesta terça-feira para que ele possa finalmente declarar-se como candidato democrata.
Um grupo de 17 superdelegados do Senado reuniu-se nesta segunda-feira para discutir um possível endosso a Obama. Muitos estão aguardando os resultados desta terça-feira para dar uma chance à outra pré-candidata, Hillary Clinton, de sair da corrida por vontade própria.
Clyburn foi um dos sete superdelegados democratas que afirmaram apoiar Obama na segunda-feira. Até o momento, o senador por Illinois lidera a disputa por superdelegados com 335 contra de 293 Hillary, segundo dados da rede de televisão CNN.
Na conta dos delegados eleitos, a vantagem de Obama é ainda maior, com 1.741 contra 1.624 de Hillary.
Persistência
Hillary conta com os superdelegados para, mesmo atrás na corrida democrata e com chances matematicamente remotas de virar o jogo, continuar na disputa. Ela ressalta em sua campanha que os superdelegados não estão comprometidos oficialmente até a data da convenção, o que daria a ela a chance de convencer os indecisos, ou até mesmo aqueles que apóiam Obama.
Para isso, ela investe em dois argumentos centrais: a maioria dos votos populares e seu apelo diante dos trabalhadores brancos.
Segundo os cálculos do site especializado Real Clear Politics, com a validação dos votos populares de Michigan --onde a cédula eleitoral contava apenas com o nome de Hillary-- e Flórida, Hillary tem uma margem de 161.121 votos sobre Obama, com um total de 17.429.779.
Comparativamente, isso representa uma diferença de apenas 1% sobre os votos de Obama. Mas com pouco tempo e poucas oportunidades de virar o jogo, é o suficiente para Hillary fazer uma forte campanha por sua candidatura.
Para Richard Parker, professor de ciência política da Universidade de Harvard e especialista em campanha política, é certo que Hillary continuará na corrida democrata até a Convenção Nacional, tempo no qual ela continuará apelando aos superdelegados.
Já para David Karol, especialista em política norte-americana e professor da faculdade de Ciência Política da Universidade de Berkeley, Hillary não conseguirá influenciá-los. "Os superdelegados vêem televisão, lêem jornais, falam entre eles. Hillary está tentando tudo o que pode; está lutando até o último minuto. Eu não acredito que possa influenciar os superdelegados, não há nenhum segredo que ela tenha", afirma, em entrevista exclusiva à Folha Online.
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