Advogado de Trump é alvo de investigação criminal, dizem procuradores

Investigação tem como foco negócios de Michael Cohen e apura crimes de fraude e acobertamento

O advogado Michael Cohen, em Nova York - Mary Altaffer - 11.abr.2018/Associated Press
Nova York | Reuters e Associated Press

Michael Cohen, advogado do presidente Donald Trump, tem sido alvo de uma investigação criminal há meses, revelaram procuradores em corte federal em Manhattan, Nova York, nesta sexta-feira (13). 

A investigação tem como foco os negócios de Cohen e não seu trabalho como advogado, afirmaram ainda os procuradores. Segundo eles, "os crimes sendo investigados envolvem atos de acobertamento e suspeita de fraude".

A revelação coincide com várias tentativas de advogados de Cohen e de Trump de impedir que procuradores revisassem documentos obtidos em buscas na casa e no escritório do advogado na última segunda-feira (9). 

Em audiência diante do juiz Kimba Wood nesta sexta, os advogados de Cohen pediram para examinar os documentos apreendidos antes, para identificar quais estariam protegidos por acordo de confidencialidade entre advogado e cliente. 

Uma advogada de Trump, Joanna Hendon, também compareceu, dizendo ao juiz que o presidente "tem um interesse agudo nos procedimentos e na maneira como esses materiais são revistos". 

Procuradores disseram que um promotor especial pode ser apontado para decidir sobre a confidencialidade dos documentos. 

Cohen, que trabalhou para as Organizações Trump por dez anos e era considerado uma espécie de “faz-tudo” do atual presidente, é investigado, entre outros fatos, pelo pagamento que fez à atriz pornô Stephanie Clifford, conhecida pelo nome artístico Stormy Daniels e que afirma ter tido um caso com Trump em 2006.

As recentes revelações sobre o encontro sexual da atriz com Trump, em entrevista à rede CBS, causaram furor nos EUA. Trump, porém, que na época já era casado com a primeira-dama Melania Trump, nega oaffair e o acordo.

Cohen admitiu ter pago US$ 130 mil (cerca de R$ 445 mil) à atriz para que ela não revelasse o encontro, durante a campanha do republicano à Presidência, em 2016. Ele afirmou que tirou o dinheiro do próprio bolso e que a transação não envolveu membros da campanha. 

O pagamento, porém, já foi alvo de uma queixa na comissão eleitoral dos EUA, por suspeita de caracterizar uma doação ilegal a Trump. A comissão ainda não se manifestou sobre o caso.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.