Descrição de chapéu Venezuela

Militares venezuelanos entenderam que Maduro chegou ao limite, diz Mourão

Brasil pode bloquear bens de venezuelanos para pressionar ditador, afirma vice

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Brasília

General no topo da carreira do Exército brasileiro, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que se aproxima o desembarque das Forças Armadas da Venezuela da ditadura de Nicolás Maduro.

“A questão venezuelana só será resolvida a partir do momento em que as Forças Armadas venezuelanas se derem conta de que não dá para continuar da forma como está”, afirmou nesta quinta-feira (31) em seu gabinete.

O vice-presidente Hamilton Mourão durante reunião do conselho de governo, em Brasília, na quarta (30)
O vice-presidente Hamilton Mourão durante reunião do conselho de governo, em Brasília, na quarta (30) - Divulgação/Vice-Presidência da República

“A partir do momento em que se derem conta disso aí e oferecerem uma saída para o Maduro e o grupo dele, se resolve.” Segundo Mourão, “esse momento está chegando, porque as pressões são cada vez maiores, o país está fechado em si mesmo”.

“Nós, militares, em todos os lugares do mundo, a gente entende que tem um limite até onde a gente pode ir. Acho que eles estão entendendo que chegaram a esse limite.”

Mourão afirmou que o Brasil pode adotar sanções como bloqueio de bens de integrantes do governo venezuelano no país, posição defendida pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro.

Questionado sobre quais bens poderiam ser bloqueados, Mourão disse não saber e que a equipe econômica poderia responder sobre isso.

A assessoria do Ministério da Economia informou que não possui tais dados, que só seriam obtidos por meio de um processo interno envolvendo Ministério da Justiça, Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e Banco Central.

“O que o Brasil pode fazer? Pressões, como já fez a União Europeia hoje, que reconheceu a Presidência do [Juan] Guaidó”, disse em relação ao opositor presidente da Assembleia Nacional que se declarou no comando do Executivo venezuelano, no dia 23, sendo reconhecido pelo Brasil no mesmo dia.

A União Europeia, porém, ainda não reconheceu Guaidó como líder da Venezuela. O Parlamento Europeu, braço Legislativo do bloco, foi quem votou pelo reconhecimento do opositor.

Mourão também citou as ações empreendidas pelo governo do americano Donald Trump, que “cortaram os recursos que estavam lá dentro dos Estados Unidos, então estamos aguardando”.

Mas, para o vice, a tradição brasileira é de não intervir nas questões internas de outro país. “Nós podemos adotar essas pequenas sanções, mas não vamos cruzar uma linha que a gente sabe onde começa, mas não sabe onde termina."

Em entrevista à Folha, Guaidó afirmou que espera o apoio do presidente Bolsonaro para a entrada de ajuda humanitária na Venezuela, que vive uma grave crise social e econômica.

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