Com foco em Roraima, a Operação Acolhida negligencia um grupo importante: os imigrantes espontâneos que desembarcam em Manaus.
Dezenas de venezuelanos chegam à capital amazonense todos os dias, mas não há a Operação Acolhida para fazer a recepção.
A tarefa cabe principalmente à Cáritas Arquidiocesana de Manaus, em parceria com o Acnur (agência de refugiados da ONU).
Em fevereiro e março, a entidade registrou um aumento de 350% em relação a esse período no ano passado, mesmo com a fronteira fechada há mais de um mês. Já foram cerca de 3.000 venezuelanos neste ano.
Em todo o ano passado, a Cáritas atendeu 7.443 imigrantes do país caribenho, com demandas que variam de tramitação de documentos a situações que precisam de assistência social.
Até a semana passada, havia cerca de 400 venezuelanos acampados na rodoviária. A prefeitura levou a maioria deles para abrigos, mas cerca de 50 ficaram para trás.
A coordenadora do atendimento, Janaina Paiva, explica que a Cáritas tem capacidade para atender até 40 pessoas/dia, mas já houve um dia em que apareceram 169 pessoas. A solução tem sido recorrer ao agendamento.
Para ela, Manaus deveria ser incluída na Operação Acolhida. “Muitos estão em situação de rua, e nós não temos abrigos da prefeitura e do estado em número suficiente. A ação da Cáritas é mínima se olharmos a quantidade de gente que entra e o que conseguimos fazer.”
Leia reportagem com um balanço de um ano do programa neste link
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