O presidente Donald Trump expressou neste sábado (4) sua confiança de que o ditador norte-coreano Kim Jong Un não "quebrará sua promessa", após a Coreia do Sul informar que Pyongyang havia lançado vários mísseis não identificados no mar na manhã de sábado (noite de sexta no Brasil).
"Tudo é possível neste mundo interessante, mas eu acho que Kim Jong Un entende plenamente o grande potencial econômico da Coreia do Norte, e não fará nada para interferir ou acabar com isso", tuitou Trump.
"Ele também sabe que estou com ele e não quer quebrar sua promessa. O acordo será cumprido!", acrescentou, em resposta ao que poderia ser o primeiro lançamento de mísseis de curto alcance de Pyongyang em mais de um ano.
De acordo com o Comando Conjunto das Forças Armadas da Coreia do Sul, Pyongyang "disparou vários mísseis da península de Hodo, perto da cidade costeira de Wonsan na direção leste.
A Coréia do Sul e os Estados Unidos estão "analisando detalhes do míssil", acrescentou a nota. Os mísseis viajaram entre 70 e 200 km por cima do mar do Japão, segundo o comando militar.
Momentos depois, em Washington, Sarah Sanders, porta-voz da Casa Branca, disse que o governo estava ciente e monitorando a situação.
Trata-se do segundo teste de arma pela Coreia do Norte em menos de um mês e desde a cúpula fracassada entre Jong-un e Trump, em Hanói, em fevereiro —mas o primeiro teste com mísseis desde 2017.
Embate político
Os lançamentos ocorrem apenas um dia depois de um chanceler sul-coreano, Kang Kyung-wha, ter dito que Pyongyang deveria mostrar ações “visíveis, concretas e substanciais” de desnuclearização se quisesse um alívio das sanções.
Dias antes, o vice-chanceler norte-coreano, Choe Son-hui, alertou Washington para um “resultado indesejável” se não mudasse de posição sobre as sanções.
Em novembro de 2017, a Coreia do Norte lançou um míssil balístico intercontinental (ICBM), declarando em seguida que o desenvolvimento de sua capacidade nuclear estava completo.
Em seguida, Kim fez uma oferta de paz aos EUA e à Coreia do Sul, dizendo que nunca mais testaria um ICBM ou uma arma nuclear. Desde então, outros tipos de armas foram testados.
"Parece claro que a Coreia do Norte está aborrecida com o que parece ser a falta de flexibilidade do governo Trump em aliviar as sanções, mantendo uma política de pressão máxima", afirmou Harry Kazianis, do think-tank Center for the National Interest.
O teste anterior, em 18 de abril, foi supervisionado por Kim e envolveu um novo tipo de “arma tática guiada”, segundo a Yonhap.
Segundo a agência sul-coreana, a “vantagem” da nova arma era “seu modo peculiar de direcionamento em voo e a capacidade de sua poderosa ogiva”.
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