Mais de mil manifestantes pedindo democracia, com gritos de "Hong Kong livre", ocuparam nesta sexta-feira (26) o aeroporto do território semi-autônomo, em mais um protesto contra a administração local e o governo de Pequim.
Hong Kong, administrado sob um arranjo conhecido como "um país, dois sistemas", que garante liberdades inexistentes no continente, é controlado pela China.
Vestidos com capacetes e sentados no chão do saguão de desembarque, manifestantes seguravam cartazes pedindo ao governo que retirasse completamente o projeto de lei de extradição.
Autoridades aeroportuárias de Hong Kong disseram que as operações dos voos não seriam afetadas, mas orientaram os passageiros a chegarem cedo devido ao risco de transtornos.
A ex-colônia britânica, que foi devolvida à China em 1997, atravessa sua pior crise política em décadas. Já são dois meses de protestos cada vez mais violentos que representam um dos maiores desafios aos governantes do Partido Comunista em Pequim.
As manifestações, que irrompem quase diariamente, incluíram a depredação do principal escritório de representação da China na semana passada, levando Pequim a alertar que o episódio se tratou de um ataque à sua soberania.
O que começou como uma reação raivosa a um projeto de lei de extradição hoje suspenso, que permitiria que réus fossem enviados à China para serem julgados, agora inclui exigências de mais democracia e a renúncia da chefe-executiva de Hong Kong, Carrie Lam.
"O mundo tem nos observado nas últimas semanas", disse Jeremy Tam, ex-piloto e legislador que ajudou a organizar o protesto com outros funcionários do setor de aviação.
"Nós acreditamos que o aeroporto é o caminho mais direto a todos os turistas para explicar o que está acontecendo em Hong Kong."
Um balcão improvisado de "informações turísticas" foi montado pelos manifestantes, com fotos e legendas detalhando as alegações de brutalidade policial e o ataque da estação de metrô Yuen Long.
Cerca de 15 mil pessoas, incluindo turistas e pilotos, comissários de bordo e outros trabalhadores da aviação assinaram uma petição pedindo ao governo que processe os agressores.
Mais protestos são esperados para o sábado (27), uma vez que os manifestantes estão revoltados com um recente ataque de homens armados em uma estação de trem. Fontes da polícia disseram ter incluído pessoas ligadas a gangues. Cerca de 45 pessoas ficaram feridas.
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