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Coronavírus gera mais temor nos EUA do que terrorismo e ataques nucleares, diz pesquisa

Estudo do Pew Research Center mostra aumento de preocupação com poder da China e mudanças climáticas

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São Paulo

A propagação de doenças contagiosas, como o coronavírus, preocupa mais os americanos do que o terrorismo e outras ameaças à segurança nacional, segundo um estudo do Pew Research Center divulgado nesta segunda-feira (13).

Os pesquisadores perguntaram a mil norte-americanos, por telefone, que problemas eles consideravam graves ameaças ao bem-estar e à segurança dos Estados Unidos.

As epidemias foram o desafio mais citado: 79% o consideram um grande risco. O terrorismo e a proliferação de armas nucleares foram apontados por 73%, seguidos por ataques cibernéticos (72%) e o poder e a influência da China (60%).

Sétima avenida, em Nova York, quase deserta, no dia 7 de abril - Mike Segar/Reuters

O levantamento foi feito entre os dias 3 e 29 de março, mês em que a pandemia de coronavírus atingiu duramente os Estados Unidos.

A preocupação com epidemias é maior entre os que têm mais de 50 anos, pessoas sem diploma universitário e com renda menor do que US$ 50 mil (R$ 259 mil) anuais.

A visão de que a força da China pode gerar problemas aos EUA cresceu: em 2019, 54% a consideravam uma grande ameaça, e, agora, 62%.

É o maior índice desde que a pesquisa começou a ser feita, em 1999. Já o poder da Rússia foi citado como um grande problema por 56%, seis pontos percentuais a mais do que em 2019.

Apesar desse temor, a ampla maioria (86%) dos americanos disse acreditar que a cooperação internacional é importante ao lidar com pandemias.

A pesquisa também fez um recorte entre entrevistados que se identificam com os partidos políticos do país. Os democratas são mais favoráveis à cooperação com outros países do que republicanos, não só em questões de saúde, mas em todos os outros temas perguntados.

A divisão partidária mostrou que a preocupação com epidemias é quase igual entre os dois partidos, mas diferente em outros temas que costumam aparecer nos debates eleitorais, como as mudanças climáticas: 88% dos democratas a consideram uma grande ameaça, contra 31% dos republicanos.

Os democratas temem mais a influencia da Rússia e a pobreza global. Para os republicanos, questões como a imigração em massa, terrorismo e influência da China têm maior peso.

A pesquisa mostra ainda que questões internacionais como imigração em massa e guerras no exterior geram menos preocupação aos americanos do que outros temas.

As duas questões são muito citadas pelo presidente Donald Trump, que busca a reeleição neste ano. Além de reforçar as fronteiras com o México, ele buscou também um acordo de paz com o Taleban, no Afeganistão, cujo resultado ainda é incerto.

Já a alta citação de temores pela proliferação nuclear mostra que o esforço de Trump em confrontar o Irã pode beneficiar sua popularidade.

O presidente retirou os EUA do acordo feito, ainda na gestão de Barack Obama, com o Irã, pelo qual o país se comprometia a reduzir seu programa nuclear, retomando e reforçando sanções contra o governo iraniano.

No início deste ano, forças americanas mataram o general Qassim Suleimani, principal comandante militar do Irã. O ataque quase gerou uma guerra entre os dois países, mas as tensões foram contidas.

O estudo destaca, ainda, que quase todos os temas citados geram mais receios conforme as pessoas envelhecem.

A exceção são as mudanças climáticas, que são vistas com mais atenção pelos menores de 29 anos: 71% a consideram uma grande questão, contra 60% na média geral.

A preocupação ambiental, no entanto, vem crescendo: em 2013, apenas 40% a consideravam uma grande ameaça.

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