Um terceiro policial de Minneapolis envolvido na morte do ex-segurança negro George Floyd foi libertado, de acordo com o jornal local Star Tribune.
Tou Thao, 34, pagou US$ 750 mil (R$ 3,98 milhões) de fiança e deixou uma prisão no centro de Minneapolis logo após as 11h de sábado (4).
Derek Chauvin, que se ajoelhou no pescoço de Floyd e o asfixiou, responde por homicídio de segundo grau, que na lei brasileira equivale ao homicídio doloso —Thao é acusado de ser cúmplice no crime.
Chauvin está sob custódia na prisão de Oak Park Heights, considerada a mais segura do estado de Minnesota, sob fiança de US$ 1,25 milhão (R$ 6,6 milhões).
Os agora ex-oficiais Alexander Kueng e Thomas Lane, que enfrentam as mesmas acusações de Thao, já foram libertados sob fiança.
O assassinato de Floyd, em 25 de maio, foi filmado por testemunhas. O conteúdo foi postado nas redes sociais e deu origem a uma onda de indignação que se transformou em protestos contra o racismo e a violência policial nos Estados Unidos.
Os atos começaram pacíficos, mas tiveram uma escalada de violência —com lojas saqueadas, carros incendiados e confrontos com a polícia—, gerando críticas duras aos ativistas.
O presidente Donald Trump, por exemplo, referiu-se aos manifestantes como "bandidos" e defendeu uma reação militarizada aos manifestantes.
As manifestações voltaram a ser pacíficas, entretanto, após a ampliação das acusações contra os policiais envolvidos na morte de Floyd e as propostas de reformas da polícia americana.
Estados como Califórnia e Nova York começaram a rever a conduta dos agentes e alteraram os orçamentos dos departamentos.
No início de junho, o Congresso americano começou a debater um projeto de lei apresentado pelo Partido Democrata, de oposição a Trump, para reformas mais profundas no sistema policial.
A proposta previa, entre outras mudanças, a criação de um registro nacional de má conduta dos agentes e a proibição de estrangulamentos e outras táticas de abordagem violenta.
A nova legislação, que dependia da aprovação do Senado, de maioria republicana, e da sanção do presidente, acabou não seguindo adiante.
Uma semana depois, porém, Trump assinou um decreto que estimula novos padrões de operação para a polícia do país —mudanças muito semelhantes ao que os democratas já haviam proposto.
A decisão do presidente, porém, foi considerada fraca porque não obriga a polícia a mudar de conduta. É apenas um estímulo: departamentos que a seguirem terão preferência ao receber recursos federais.
Dos EUA, os atos antirracismo se espalharam para países da Europa, da Ásia e da Oceania. O movimento Black Lives Matter (vidas negras importam), impulsionado pela morte de Floyd, reverberou a partir de outras denúncias de vítimas do racismo estrutural e da violência do Estado.
Um olhar renovado sobre estátuas e monumentos dedicados a pessoas relacionadas ao passado racista, escravocrata e colonialista veio em sequência. Os objetos se tornaram os novos alvos dos protestos.
Imagens de Cristóvão Colombo, de líderes do Exército Confederado —que defendia a manutenção da escravidão durante a Guerra Civil dos EUA—, e de reis europeus foram derrubadas em vários países.
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