Os seis principais partidos de oposição da Hungria anunciaram nesta quinta (13) que concorrerão com candidato e programa únicos, para tentar derrubar a coalizão do premiê Viktor Orbán na eleição de 2022.
Os líderes de Coalizão Democrática (DK), Partido Socialista Húngaro (MSZP), Jobbik, Momentum, Párbeszéd (Diálogo) e A Política Pode Ser Diferente (LMP) concordaram em apresentar um único candidato em cada um dos 106 distritos eleitorais da Hungria, contra os nomes dos partidos Fidesz, de Orbán, e KDNP, que integra a coalizão.
Os nomes serão definidos em negociações e primárias, anunciaram os políticos em comunicado, no qual se comprometem a governar conjuntamente o país com base na plataforma e em princípios acordados.
A estratégia de candidato único deu resultado nas eleições municipais do ano passado, em Budapeste e em metade das maiores cidades do país, e numa eleição suplementar para o distrito de Dunaújváros, em fevereiro deste ano. Toda a oposição apoiou o mesmo candidato, que venceu com maioria expressiva.
A oposição tentará repetir o sucesso em outra eleição suplementar, para o distrito de Borsod-Abaúj-Zemplén, ainda neste ano. Se conquistarem esse assento, a coalizão do Fidesz perderá a maioria de dois terços no Parlamento húngaro.
Se a intenção de se unir para as eleições gerais vingar, será a primeira vez que a estratégia será usada no Parlamento, o que, segundo Péter Márki-Zay, do Movimento de Todos (Mindenki Magyarországa Mozgalom), poderia dar à oposição dois terços dos assentos, como disse ao site independente 444.
O 444 reproduz estatísticas eleitorais segundo as quais, dos 91 distritos que o Fidesz conquistou em 2018, 44 lhe deram menos de 50% dos votos. A aposta da oposição é que, com um candidato único, suas chances nessas seções eleitorais cresçam.
Para escolher o candidato a primeiro-ministro de 2022 e os nomes para os distritos, a oposição deve realizar pré-eleições, segundo o jornal independente húngaro Népszava, a não ser nos locais em que houver claros favoritos.
“A única coisa que temos em mente é a escalação que mais facilmente derrotará o Fidesz nas eleições de 2022”, afirmou o Momentum, partido que liderou o protesto contra o aumento de controle de Orbán sobre a mídia húngara, no mês passado.
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