Descrição de chapéu Governo Trump

Câmara dos EUA derruba veto de Trump para orçamento da defesa

Presidente americano foi contra texto que previa US$ 740 bilhões; decisão vai para o Senado

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Washington | Reuters

A Câmara dos Deputados dos EUA derrubou, nesta segunda-feira (28), o veto do presidente americano, Donald Trump, para o orçamento de US$ 740 bilhões (R$ 3,87 trilhões) destinados à defesa.

A anulação é uma derrota para o mandatário, que salientou divisões profundas no Partido Republicano nessas suas últimas semanas no cargo.

Com placar de 322 votos pela derrubada —109 de republicanos— a 87 pela manutenção do veto, a decisão cabe agora ao Senado, Casa na qual o partido do presidente possui maioria. Se houver a manutenção da decisão, será a primeira anulação de veto da gestão Trump.

O atual presidente dos EUA, Donald Trump, durante cerimônia realizada na Casa Branca
O atual presidente dos EUA, Donald Trump, durante cerimônia realizada na Casa Branca - Saul Loeb - 7.dez.20/AFP

Irritado após alguns republicanos terem reconhecido a vitória do democrata Joe Biden, projetado vencedor da eleição presidencial pela imprensa americana em 7 de novembro, Trump vetou o orçamento na última quarta-feira (23).

O atual presidente disse ter tomado tal decisão porque queria retirar do texto as proteções de responsabilidade para empresas de mídia social não relacionadas à segurança nacional.

Trump se opôs ainda à disposição para renomear bases militares que levam o nome de generais que lutaram pelos confederados, lado que, durante 
a Guerra Civil (1861-1865), defendeu a escravidão.

Muitas estátuas de confederados têm sido removidas por homenagear líderes que advogavam a segregação racial. A extrema direita se opõe à remoção de estátuas e bandeiras de cunho racista.

O texto foi aprovado nas duas Casas com margens superiores aos dois terços necessários para anular o veto presidencial. A legislação, que aborda uma série de questões de política de defesa e inclui o aumento no pagamento às tropas dos EUA, tem sido aprovada pelo Congresso todos os anos desde 1961.

Trump se recusou a reconhecer os resultados das eleições de 3 de novembro e travou uma batalha jurídica e midiática para impedir a vitória de Biden.

Foi só após 16 dias da projeção do resultado da eleição, em 23 de novembro, que o presidente americano permitiu que a Administração de Serviços Gerais (GSA, na sigla em inglês) iniciasse os protocolos para a transição de seu governo para o do democrata, que toma posse em 20 de janeiro.

A área da defesa tem reunido polêmicas neste ano eleitoral. O governo do republicano causou preocupação ao abalar a liderança do Pentágono desde o pleito, incluindo demitir o secretário de Defesa, Mark Esper, após uma série de desentendimentos entre os dois.

Esper irritou Trump principalmente por se opor ao uso de tropas militares para reprimir os protestos antirracismo em várias cidades do país, em junho —o que o republicano havia ameaçado fazer.

Ele também discordou da pressão do presidente sobre os demais membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e da gestão do governo na pandemia —Esper impôs regras sanitárias desprezadas por Trump, como o distanciamento e o uso de máscara, nos quartéis do país.

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