Secretário de Justiça dos EUA descarta indicar procurador para investigar filho de Biden

William Barr também afirma rejeitar inquérito sobre susposta fraude nas eleições presidenciais

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Washington | Reuters

Secretário de Justiça dos Estados Unidos, William Barr disse nesta segunda (21) que não planeja indicar um procurador especial para investigar Hunter Biden, filho do presidente eleito dos EUA, Joe Biden.

Barr, que deve deixar o cargo nesta semana, afirmou ainda que não indicará nenhum procurador para investigar alegações infundadas de fraude eleitoral, distanciando-se das afirmações do presidente Donald Trump de que sua derrota nas eleições de novembro foi resultado de irregularidades.

Trump anunciou a renúncia de Barr na semana passada, após criticá-lo por não apoiar suas alegações de fraude. Um dos mais ferrenhos apoiadores do republicano, o secretário de Justiça afirmou que não há "nenhuma base" para o governo federal apreender as urnas usadas na eleição presidencial de 3 de novembro e que não viu evidências de fraude na eleição.

William Barr em entrevista coletiva em Washington - Michael Reynolds -21.dez.2020/Pool via Reuters

O democrata Joe Biden venceu Trump por 306 a 232 votos no colégio eleitoral, bem como por mais de 7 milhões de votos no voto popular.

No início deste mês, Hunter Biden revelou que a Procuradoria do Delaware está investigando sua situação tributária. A investigação sobre Hunter Biden "está sendo tratada responsável e profissionalmente dentro do departamento", nas palavras de Barr.

Na semana passada, o sucessor de Barr, o procurador-geral adjunto Jeffrey Rosen, em uma entrevista à agência Reuters se recusou a dizer se nomearia um procurador para investigar Hunter Biden ou questões eleitorais, mas disse que iria agir "com base na lei e nos fatos".

Barr não quis dizer se acredita que Trump poderia perdoar a si mesmo preventivamente, o que o imunizaria de investigações federais após deixar o cargo. Os tribunais dos EUA não decidiram se um presidente tem o direito legal de fazer isso, já que nenhum mandatário tentou absolver a si mesmo.

Autoridades eleitorais estaduais e federais afirmaram repetidamente que não há evidências para apoiar as alegações de Trump de que sua derrota foi o resultado de uma fraude generalizada. Vários tribunais rejeitaram ações judiciais movidas por defensores de Trump que avançavam com essas reivindicações.

Em maio de 2019, Barr convocou o promotor federal John Durham para investigar a inteligência dos governos Obama por possíveis crimes em conexão com sua investigação sobre a suposta interferência russa nas eleições de 2016.

Em 1º de dezembro, Barr revelou que havia elevado Durham ao cargo de advogado especial em outubro para que pudesse continuar sua investigação criminal —uma medida que tornará politicamente difícil para Biden removê-lo do posto até que a investigação seja concluída.

Barr afirmou nesta segunda que espera que Durham e sua equipe "sejam capazes de terminar seu trabalho".

A Câmara dos EUA abriu processo de impeachment contra Trump no ano passado, por acusações de abuso de poder e obstrução do Congresso, decorrentes de seus esforços para pressionar a Ucrânia a investigar Joe Biden e Hunter Biden. O líder foi absolvido pelo Senado, encabeçado pelos republicanos, em fevereiro.

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