Descrição de chapéu Coreia do Norte

Coreia do Norte lança dois mísseis balísticos, diz premiê japonês

Projéteis caíram no mar próximo ao Japão em movimento que aumenta pressão sobre governo Biden

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Seul e Tóquio | Reuters

A Coreia do Norte lançou nesta quinta-feira (25), noite de quarta no Brasil, dois mísseis balísticos de curto alcance que caíram no mar próximo ao Japão, anunciou o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, movimento que aumenta a pressão sobre a gestão do presidente dos EUA, Joe Biden.

Autoridades sul-coreanas e americanas confirmaram o lançamento de projéteis, sem dar detalhes, e o premiê japonês fez o anúncio oficial na emissora pública de TV NHK. “[O lançamento] representa uma ameaça à paz e à estabilidade no Japão e na região e viola as resoluções da ONU”, afirmou Suga.

O premiê japonês, Yoshihide Suga, fala a repórteres durante entrevista coletiva sobre disparos de mísseis feitos pela Coreia do Norte
O premiê japonês, Yoshihide Suga, fala a repórteres durante entrevista coletiva sobre disparos de mísseis feitos pela Coreia do Norte - Jiji Press/AFP

Mísseis balísticos norte-coreanos estão banidos pela resolução do Conselho de Segurança da ONU. Assim, o lançamento desta quinta-feira representa um novo desafio aos esforços da gestão Biden em se aproximar de Pyongyang, o que até agora foi rejeitado.

A ação também alimenta tensões às vésperas da realização da Olimpíada de Tóquio, adiada para julho devido à pandemia de coronavírus. Suga afirmou que garantirá um evento seguro e discutirá seriamente as questões relacionadas à Coreia do Norte com Biden durante sua visita a Washington, no próximo mês.

Mais cedo, a Coreia do Sul havia relatado que ao menos dois projéteis não identificados foram disparados da província de Hamgyong do Sul (Coreia do Norte) e caíram no mar entre a península coreana e o Japão, mas fora da zona econômica exclusiva japonesa, segundo Suga. Militares ligados a Tóquio disseram que os mísseis voaram 280 milhas (450,6 km), atingindo uma altura de 62 milhas (quase 100 km).

Agências de inteligência sul-coreanas e americanas ainda analisam os dados dos lançamentos. A Presidência da Coreia do Sul irá convocar uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional do país para discutir os disparos. A Guarda Costeira japonesa recomendou que navios não se aproximassem dos objetos que caíram no mar e pediu que fornecessem informações à instituição.

O lançamento desta quinta vem na sequência do disparo de dois mísseis de cruzeiro de curto alcance no fim de semana, que Biden havia minimizado afirmando que esses testes eram habituais. Autoridades americanas disseram ainda que seguiam abertas ao diálogo com Pyongyang.

Testes com mísseis balísticos de curto alcance são um avanço em relação à atividade do fim semana e permitem que a Coreia do Norte melhore sua tecnologia, envie uma resposta proporcional a exercícios militares do seu vizinho do sul e dos EUA e sinalize a Washington uma melhora de seu arsenal, analisa Vipin Narang, especialista em assuntos nucleares do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

Narang diz ainda que os lançamentos não devem torpedear os esforços diplomáticos, mas são uma lembrança do custo do fracasso em conseguir um acordo com Pyongyang. “Cada dia que passa sem um acordo que tente reduzir os riscos impostos pelo arsenal nuclear e de mísseis da Coreia do Norte é um dia que fica cada vez maior e pior.”

Biden não tem tido resposta nas tentativas de contatos diplomáticas com a Coreia do Norte, e Pyongyang disse que não se envolveria até que Washington abandone políticas hostis, incluindo exercícios militares com a Coreia do Sul.

A revisão da política americana para a Coreia do Norte está em seus ajustes finais e, segundo autoridades dos EUA, os conselheiros de Segurança Nacional dos aliados Japão e Coreia do Sul iriam discutir o tema na próxima semana.

A Coreia do Norte continuou a desenvolver seus programas nucleares e de mísseis ao longo de 2020, violando as sanções da ONU adotadas em 2006. Parte do financiamento dessas iniciativas viria de roubos por meio de ataques hackers no valor total de US$ 300 milhões (R$ 1,7 bilhão), de acordo com monitores independentes de sanções da ONU.

A Coreia do Norte não realiza testes com armas nucleares ou mísseis balísticos intercontinentais de maior alcance desde 2017. No início de 2018, Pyongyang anunciou uma moratória sobre esses exercícios, embora diga que não se sente mais vinculada a isso. O país já testou uma série de novos mísseis de curto alcance que podem ameaçar o vizinho do sul e os 28,5 mil soldados americanos que estão lá.

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