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Debate polarizado marca início da última semana antes de eleição no Peru

Castillo reforça presença do Estado, e Fujimori diz que governará para mulheres; segundo turno presidencial acontece em 6 de junho

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Buenos Aires

O último debate entre os candidatos à Presidência do Peru, que disputam o segundo turno no próximo dia 6, foi marcado pela polarização. Enquanto Keiko Fujimori buscou tachar as medidas protecionistas propostas por seu opositor como um atraso para o Peru, Pedro Castillo afirmou que, no país, o Estado tem sido omisso com a população e deve estar "presente dentro e fora das casas das famílias, para controlar a economia e a educação". O encontro ocorreu neste domingo (30), na cidade de Arequipa.

Também neste domingo, foi publicada a última pesquisa de intenção de voto antes das eleições. O resultado do levantamento, realizado pelo instituto Ipsos, foi um empate técnico. Castillo aparece com 51,1% dos votos, e Keiko, com 48,9%. A margem de erro é de 2,5%.

Logo de início, Castillo afirmou que não será contra a iniciativa privada e não vai retirar poupanças ou investimentos dos peruanos. "Acredito numa economia popular com mercado. Num Estado que controle e harmonize ambos, para que as empresas de serviços não cobrem preços abusivos", afirmou. Acrescentou que irá rever os contratos de companhias de gás, luz, transporte e de mineradoras estrangeiras.

Os candidados Keiko Fujimori (à esq.) e Pedro Castillo (à dir.) durante debate da eleição presidencial do Peru
Os candidados Keiko Fujimori (à esq.) e Pedro Castillo (à dir.) durante debate da eleição presidencial do Peru - Martin Mejia/AFP

Também afirmou que, caso eleito, vai controlar a importação de diversos produtos agrícolas, como a batata. "Não é possível que estejamos comprando batata do exterior, enquanto as dos agricultores peruanos estão apodrecendo no estoque." Castillo disse ainda que as políticas para o setor serão reguladas seguindo uma estratégia desenhada "de baixo para cima, e não ao contrário".

O candidato voltou a prometer vacinação a todos os peruanos até o fim do ano e defendeu as medidas restritivas em vigor no país no momento, como o toque de recolher e regras para a mobilidade urbana.

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Já Keiko afirmou que a pandemia não pode ser uma barreira para a economia e defendeu que as medidas em vigor sejam flexibilizadas, com ampliação do horário de funcionamento do comércio. Por fim, como vem fazendo durante a campanha, disse que "não se pode curar doentes com comunismo".

Ela também afirmou que a vacinação será acelerada e que espera imunizar todos os peruanos ainda neste ano. Depois, agradeceu ao atual presidente, o interino Francisco Sagasti, pela negociação por doses.

Keiko fez ainda uma referência ao período em que ficou presa, de modo preventivo, enquanto sua possível relação com o escândalo da empreiteira brasileira Odebrecht é investigada. "Quando estava na prisão, sempre me lembrava de uma frase do papa Francisco sobre não ter medo. E digo aos peruanos: não tenham medo. Sei que passamos um ano difícil, e os desafios são muitos."

A candidata afirmou que as medidas protecionistas propostas por Castillo irão "aumentar o preço dos alimentos, algo que os peruanos hoje não podem aguentar, depois de tantos sacrifícios". Ela também acusou Castillo de falar "de homem para homem, como se ignorasse as mulheres" e disse que governará pensando nas mães de família, que "sustentam o nosso país".

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