Países ocidentais prometem defender Ucrânia de ameaças russas

Alemanha, EUA, França, Itália e Reino Unido sublinharam compromisso em atuar para manter paz e segurança na Europa

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Paris e Moscou | AFP e Reuters

Diante das tensões entre Rússia e Ucrânia, os líderes de Alemanha, EUA, França, Itália e Reino Unido expressaram determinação para que a soberania da Ucrânia seja respeitada, divulgou a Presidência francesa em comunicado nesta segunda-feira (6).

Os países sublinharam também o compromisso de atuar para manter a paz e a segurança na Europa e a necessidade de a Rússia reativar negociações com a Ucrânia no âmbito do "Quarteto da Normandia", grupo diplomático que conta ainda com França e Alemanha.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski (dir.), cumprimenta soldado em trincheira na linha de frente do conflito contra separatistas pró-Rússia
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski (dir.), cumprimenta soldado em trincheira na linha de frente do conflito contra separatistas pró-Rússia - Presidência da Ucrânia/Reuters

Autoridades americanas alertaram no último mês para uma movimentação incomum de 94 mil soldados russos próximo à fronteira com a Ucrânia e manifestaram preocupação com uma possível ofensiva russa em janeiro que envolveria 175 mil homens —o que Moscou nega e chama de alarmismo. O governo Biden já disse que "prepara ações abrangentes e significativas" para ajudar Kiev em caso de invasão.

O comunicado do Palácio do Eliseu foi divulgado após uma videoconferência entre os cinco mandatários na véspera da reunião virtual entre o americano Joe Biden e o russo Vladimir Putin.

O encontro entre os EUA e os europeus faz parte de reuniões com aliados-chave previstos por Biden para para coordenar a mensagem de forte solidariedade transnacional. Nesse sentido, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, também falou por telefone com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

"Concordamos em continuar com nossas ações conjuntas e combinadas", escreveu em rede social o ucraniano, que, usando capacete e colete à prova de balas camuflado, visitou nesta segunda a linha de frente do conflito contra os separatistas pró-Rússia na região do Donbass, no leste da Ucrânia.

Biden, por sua vez, conversará com Zelenski logo após a reunião com Putin.

A Rússia também se pronunciou nesta segunda em meio aos alertas das potências ocidentais. O estado das relações entre Moscou e Washington foi classificado de "muito lamentável" pelo porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, ao falar sobre a agenda do encontro entre os dois presidentes.

Ele citou especificamente três tópicos da conversa: "A tensão em torno da Ucrânia, o tema do avanço da Otan sobre nossas fronteiras e as iniciativas do presidente Putin para garantir a segurança", disse.

O Kremlin nega uma invasão iminente e afirma que as tropas estão posicionadas ao longo de seu próprio território por razões puramente de defesa. Para Moscou, o aumento da presença da Otan, coalizão militar de potências ocidentais, em torno de antigas repúblicas soviéticas e a possibilidade de o grupo posicionar mísseis na Ucrânia mirando a Rússia são "uma linha vermelha" que os EUA não poderão cruzar.

Putin demanda garantias de segurança de que a Otan não vai se expandir pela região e não vai posicionar armamentos próximo ao território russo, ao passo que Washington tem repetido que nenhum país pode vetar a aliança da Otan com a Ucrânia. "Não aceito linhas vermelhas de ninguém", disse Biden na sexta.

Um membro da Casa Branca disse nesta segunda que Biden deve alertar Putin das graves consequências econômicas que o país enfrentará se invadir a Ucrânia e dizer que o país não deseja usar força na região.

Os Estados Unidos ofereceram na última semana mediar negociações entre Moscou e Kiev para por fim aos conflitos que resultaram na deposição do governo ucraniano há quase oito anos, bem como negociar o fim do apoio russo a grupos separatistas. Serguei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, afirma que Moscou, a princípio, não tem objeções quanto a isso.

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