Bolsonaro deve se encontrar com Viktor Orbán, líder ultranacionalista da Hungria

Presidente brasileiro planeja passagem por Budapeste após visita à Rússia

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Brasília

O presidente Jair Bolsonaro (PL) deve realizar uma visita à Hungria para um encontro com o líder ultranacionlista do país, Viktor Orbán. A passagem do brasileiro por Budapeste está sendo organizada para ocorrer após uma agenda em Moscou, em meados de fevereiro.

Orbán, com histórico de atuar contra a oposição e a imprensa local, é referência para aliados do mandatário brasileiro, entre os quais o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Ele é considerado hoje um dos principais líderes da ultradireita na arena internacional, ao lado do próprio Bolsonaro.

O premiê da Hungria, Viktor Orbán, durante entrevista coletiva anual em Budapeste
O premiê da Hungria, Viktor Orbán, durante entrevista coletiva anual em Budapeste - Attila Kisbenedek - 21.dez.21/AFP

O líder húngaro chegou ao poder em 2010 e promove a defesa do que chama de valores conservadores. Tem ainda uma forte agenda contra a imigração e atuou para limitar direitos de homossexuais. A ofensiva de Orbán contra direitos LGBTQIA+ o colocou em rota de colisão com órgãos da União Europeia.

Além do encontro de dois líderes politicamente alinhados, a expectativa da diplomacia brasileira é tentar usar a viagem para ampliar exportações na área de defesa para o país europeu. A Hungria foi um dos países que assinaram contratos para compra da aeronave militar KC-390, da Embraer.

Dentro da União Europeia, os húngaros também apoiam reivindicações do Brasil, como a ratificação do acordo comercial assinado pelo bloco com o Mercosul, e endossam o pleito brasileiro de ingressar na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), espécie de clube dos países ricos.

Em entrevista no Palácio do Planalto nesta quarta (19), Bolsonaro disse que também poderia realizar uma agenda na Polônia nessa viagem. Interlocutores consultados pela Folha, no entanto, ressaltaram que a passagem por esse país ainda não está fechada.

O presidente polonês, Andrzej Duda, também é identificado com o colega brasileiro.

Bolsonaro negou ainda que sua ida a Moscou possa criar algum tipo de incômodo com países da Otan, a aliança militar ocidental, uma vez que a Rússia é acusada pelos EUA de planejar uma invasão da Ucrânia.

"O Itamaraty vê essa questão aí. A gente não está saindo do Brasil para criar problemas, animosidade. Sabemos dos problemas de alguns países com a Rússia, sabemos disso aí", disse Bolsonaro.

"A Rússia é um parceiro. Temos compra aí de fertilizantes, inclusive potássio e outras coisas. Então é uma vigem que interessa para nós e para eles. O convite veio deles, e se aceitamos é porque nós temos interesse. Se eles convidaram, é porque têm interesse também."

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