Papa Francisco pede que políticos examinem suas consciências diante de crise na Ucrânia

Líder da Igreja Católica faz oração pela paz e alerta para situação 'cada vez mais preocupante'

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Cidade do Vaticano | AFP e Reuters

O papa Francisco lamentou nesta quarta-feira (23) a ameaça de guerra na Ucrânia, dizendo que considera a situação "cada vez mais preocupante". O pontífice também fez um apelo para que os líderes envolvidos na crise examinem suas consciências antes de tomar ações que provoquem sofrimento.

"Apesar dos esforços diplomáticos dessas últimas semanas, temos diante de nós uma situação cada vez mais preocupante", disse Francisco, após sua audiência semanal. "Peço a todas as partes envolvidas que se abstenham de realizar ações que possam provocar ainda mais sofrimento aos povos."

O papa Francisco na audiência desta quarta no Vaticano
O papa Francisco na audiência desta quarta no Vaticano - Guglielmo Mangiapane/Reuters

O pontífice argentino lançou um apelo "a todos os que têm responsabilidades políticas para que façam um sério exame de consciência diante de Deus, que é um Deus de paz, e não de guerra", para que "sejamos irmãos, e não inimigos".

"Tenho muita dor no coração por causa do agravamento da situação na Ucrânia", disse Francisco, acrescentando que a paz está ameaçada por interesses políticos.

"Apelo a todos os lados para que se abstenham de qualquer ação que possa provocar mais sofrimento às populações, desestabilizar a convivência entre as nações e desacreditar o direito internacional."

​​Francisco proclamou o próximo 2 de março, Quarta-feira de Cinzas —data que marca o início da Quaresma para os católicos— como "um dia de jejum e de oração pela paz" na Ucrânia.

Foi a segunda vez que o papa convocou os fiéis a reservarem um dia para orar pela paz na Ucrânia. A primeira foi em 26 de janeiro. "Que a Rainha da Paz salve o mundo da loucura da guerra", pediu Francisco.

Envio de tropas e sanções

Os Estados Unidos e seus aliados acusaram a Rússia de violar a leis internacionais ao autorizar o envio de tropas para regiões separatistas do leste da Ucrânia e reconhecer as regiões de Donetsk e Lugansk como repúblicas independentes.

Desde novembro, Putin tem concentrado tropas em exercícios militares em torno do país vizinho —150 mil soldados, pelo menos, segundo os EUA. Moscou nega que irá invadir o país, mas, após reconhecer os territórios rebeldes, determinou que tropas russas o ocupem numa missão de "força de paz".

EUA, União Europeia, Reino Unido, Austrália, Canadá e Japão anunciaram, então, sanções para atingir bancos e elites, enquanto a Alemanha suspendeu um grande projeto de gasoduto da Rússia.

Apesar das ações recentes, a Rússia tem dito que ainda está disposta a negociar para resolver a crise de forma pacífica.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.