'Hasta la vista, baby', diz Boris Johnson em último discurso ao Parlamento

Premiê britânico recebe aplausos de correligionários, com exceção da antecessora Theresa May, em despedida

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Londres | Reuters

No último discurso no Parlamento britânico no cargo de premiê, Boris Johnson se despediu nesta quarta (20) com uma salva de palmas de membros de seu partido —com a exceção de sua antecessora, Theresa May—, vaias de opositores e uma enigmática frase: "Missão amplamente cumprida... Hasta la vista, baby".

Boris foi forçado a renunciar no início deste mês após uma rebelião de aliados, um movimento na esteira de escândalos que fizeram o Partido Conservador decidir que não havia mais condições de mantê-lo na liderança do país, depois de quase três turbulentos anos à frente do Reino Unido.

Detalhe de vídeo mostra o premiê britânico, Boris Johnson, durante discurso ao Parlamento britânico, em Londres
Detalhe de vídeo mostra o premiê britânico, Boris Johnson, durante discurso ao Parlamento britânico, em Londres - AFP

Além da frase de impacto que tirou do filme americano "O Exterminador do Futuro 2", protagonizado por Arnold Schwarzenegger, o premiê também destacou a resposta de seu governo à pandemia de Covid e o apoio oferecido à Ucrânia contra a Rússia. "Nós ajudamos, eu ajudei, a fazer este país passar por uma pandemia e a salvar outro país da barbárie. E, francamente, isso é o bastante para o momento. Missão amplamente cumprida", disse Boris. "Quero agradecer a todos aqui e 'hasta la vista, baby'."

Duas semanas atrás, alguns dos que nesta quarta aplaudiram o premiê de saída deixaram o governo com fortes críticas a Boris e pedidos para que ele renunciasse. Opositores não integraram a celebração —antes, aproveitaram a sessão de perguntas e respostas para questioná-lo sobre uma série de políticas, desde o ainda inacabado processo do brexit até a resposta ao aumento do custo de vida dos britânicos.

De olho na eleição marcada para 2024, o líder trabalhista, Keir Starmer, procurou destacar a divisão entre os conservadores ao listar críticas a decisões do governo feitas por candidatos para substituir Boris. "Ele desceu de seu bunker de papel de parede dourado pela última vez para nos dizer que está tudo bem. Sentirei falta dessa ilusão", disse ele, em declaração que o premiê classificou de "completamente satírica".

O discurso de despedida do premiê ofereceu também conselhos ao sucessor, a ser escolhido em breve: permaneça próximo aos Estados Unidos, apoie a Ucrânia, corte impostos e faça desregulamentações, não deixe o Ministério das Finanças restringir projetos ambiciosos e preste atenção ao eleitorado.

"Lembre-se, acima de tudo, não é o Twitter que conta, são as pessoas que nos colocaram aqui", disse ele.

O Partido Conservador deve apontar, em uma eleição a ser concluída no início de setembro, o sucessor de Boris como líder da legenda e, portanto, primeiro-ministro ou primeira-ministra: o ex-titular da pasta de Finanças Rishi Sunak e a atual secretária das Relações Exteriores, Liz Truss, são os candidatos.

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