A primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, voltou a se envolver em uma controvérsia ligada a sua presença em festas. Nesta terça-feira (23), ela veio a público pediu desculpas por uma foto tirada em um evento privado na residência oficial, em Helsinque.
No registro, duas influenciadoras digitais do país se beijam, cobrindo os seios nus com uma placa escrita Finlândia. A fotografia foi publicada no TikTok de uma delas, que ainda escreveu "Kesärata" na publicação —o nome da residência oficial da primeira-ministra é Kesäranta.
"Na minha opinião, a fotografia não é apropriada. Peço desculpas por isso. Esse tipo de foto não deveria ter sido tirada, mas, fora isso, nada de extraordinário aconteceu no encontro", disse Marin a repórteres, confirmando que o cenário era sua casa.
De acordo com o relato da primeira-ministra, o registro foi feito durante uma festa privada com seus amigos em julho, depois de um festival de música. "Fizemos sauna, nadamos e passamos um tempo juntos." A referência a nada de extraordinário ter ocorrido na ocasião tem relação com uma controvérsia que ronda a política desde a semana passada.
Nesta segunda (22), Marin apresentou o resultado de um teste de detecção de drogas a que ela se submeteu devido a críticas por seu comportamento, depois de vídeos seus dançando e cantando em uma festa virem a público nas redes sociais —o exame deu negativo.
Os registros começaram a circular nas redes e logo foram publicados por vários meios de comunicação na Finlândia e no exterior.
Marin, 36, se tornou em 2019 a líder de governo mais jovem do mundo e, desde então, nunca escondeu seu gosto por festas.
Esse comportamento tem dividido os finlandeses. Alguns apoiam a primeira-ministra por combinar uma vida privada com a carreira política de alto nível; após a repercussão dos vídeos, mulheres de vários países postaram registros de si próprias dançando, acompanhados de frases como "deveríamos dançar um pouco mais" e "continue dançando, Sanna Marin".
Outros, porém, avaliam que a alegada boemia pode enfraquecer sua autoridade. A questão é que algumas críticas da semana passada tinham teor misógino, com internautas ressaltando o fato de a primeira-ministra ser casada e usando palavras chulas para se referir a ela.
A Finlândia compartilha uma longa fronteira terrestre com a Rússia e, num momento em que a Europa vive instabilidade em diferentes partes em razão da Guerra da Ucrânia, Marin foi alvo de críticas de que a participação em festas poderia interferir em sua capacidade de cumprir rapidamente as funções caso uma crise repentina atingisse seu país.
Em janeiro, Marin alegou à agência de notícias Reuters que ela e suas ministras são alvos de machismo. Quando anunciou que faria o teste, ela afirmou que nunca usou drogas ilegais —nem quando era mais jovem, antes de entrar para a política—, que sua capacidade de desempenhar as funções oficiais permaneceu intacta nas noites em questão e que ela teria deixado a festa se precisasse trabalhar.
Em dezembro de 2021, sua participação em outro evento também causou críticas. Na ocasião, foi filmada em uma boate pouco depois de ter tido contato com uma pessoa infectada pelo coronavírus. A primeira-ministra pediu desculpas à população, dizendo que agiu errado e que "deveria ter avaliado a situação com mais cuidado".
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