Descrição de chapéu mudança climática

Ameaça de furacão Ian na Flórida gera corrida a mercados e retirada de pessoas

Meteorologista afirma que fenômeno com intensidade esperada nunca foi visto na região

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Tampa | Reuters

Moradores da Flórida, nos Estados Unidos, esvaziaram prateleiras de supermercados e prepararam abrigos para se prevenir dos possíveis efeitos do furacão Ian, que deve chegar ao estado nos próximos dias. O fenômeno climático é esperado em Cuba na noite desta segunda-feira (26), mas com menor intensidade.

Meteorologistas americanos estimam que o furacão possa se tornar um dos mais fortes dos últimos anos, causando tempestades ao longo de toda a semana.

Ele ainda está na categoria 1, quando a velocidade dos ventos atinge 120 km/h, mas a previsão é que ganhe força após sair de Cuba no caminho para a Flórida. Ao cruzar o Golfo do México, apontam especialistas, o Ian pode gerar ventos de mais de 180 km/h, atingindo a categoria 3.

Alicia Dhall, 18, olha para baixo enquanto sua irmã Ariana, 8, e moradores locais enchem sacos de areia para prevenir inundações em Tampa, cidade do estado americano da Flórida
Alicia Dhall, 18, olha para baixo enquanto sua irmã Ariana, 8, e moradores locais enchem sacos de areia para prevenir inundações em Tampa, cidade do estado americano da Flórida - Shannon Stapleton - 26.set.22/Reuters

"Esta é uma tempestade realmente grande", disse o governador Ron DeSantis a jornalistas, acrescentando que o fenômeno pode causar estragos nas costas leste e oeste do estado.

Até por isso, o governo mobilizou 5.000 membros da Guarda Nacional, e outros 2.000 agentes estão vindo do Tennessee, da Geórgia e da Carolina do Norte —outros estados mantiveram suas tropas em alerta.

O presidente dos EUA, Joe Biden, por sua vez, declarou emergência em 24 condados da Flórida e enviou fundos de emergência para o estado.

Em seguida, autoridades municipais emitiram ordens para a retirada de pessoas de suas casas. No condado de Hillsborough, por exemplo, os moradores tinham até as 14h desta segunda para sair de áreas costeiras ou próximas a rios. A maior preocupação é com a cidade de Tampa, onde furacões intensos não são vistos há anos.

"Esse é diferente e me assusta. É muito grande para não ter medo se você tem algum juízo", disse Diane Zambito, 64, moradora da cidade, à agência de notícias Reuters. Seu bairro ainda não recebeu ordens de evacuação e, na tarde desta segunda, ela se preparava para enfrentar a tempestade dentro de casa.

Seu marido martelava madeira compensada em todas as janelas e planejava colocar sacos de areia na frente das portas para evitar que a água invadisse. "Estamos fazendo todo o possível para garantir que a casa aguente. Acho que estamos prontos."

A maior preocupação é que a força do furacão danifique ou destrua imóveis, além de provocar cortes de energia. Até por isso, várias entidades públicas estarão fechadas a partir de terça. "Tampa é muito vulnerável a inundações, estamos dizendo às pessoas que esse furacão é algo que ainda não vimos em nossas vidas. Definitivamente, precisamos levar isso a sério", disse um meteorologista da CNN.

Alguns distritos escolares também foram fechados, assim como ao menos duas universidades.

Paralelamente, moradores de todo o estado esvaziaram as prateleiras das lojas de água e de utensílios domésticos. Em uma mercearia de São Petersburgo, no oeste da Flórida, as caixas de garrafas de água estavam vazias, mas ainda era possível comprar papel higiênico, lanches e sopa enlatada. O governo garantiu 360 trailers carregados com água e refeições para distribuir aos moradores.

A iminência das tempestades também afetou os planos da Nasa, que adiou mais uma vez o voo teste da missão Artemis 1 –destinada a levar humanos de volta à Lua. O foguete será levado da base de lançamento para o prédio de montagem.

A chegada do Ian se dá poucos dias após outro furacão atingir Porto Rico. O Fiona deixou a região sem energia e água potável e também causou estragos no Canadá.

Segundo meteorologistas, as mudanças climáticas tornam os furacões mais úmidos, com ventos mais frequentes e intensos. Além disso, as tempestades estariam mais lentas e, portanto, despejando mais água em um só lugar.

Com The New York Times

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