Descrição de chapéu China Coronavírus

China impõe lockdown a 3,7 mi em Guangzhou em meio a debates sobre Covid zero

Explosão no número de casos da doença em diferentes regiões desafia afrouxamento de restrições

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Pequim | Reuters

A metrópole chinesa de Guangzhou, no sul do país, determinou nesta segunda-feira (21) um lockdown de cinco dias em Baiyun, seu distrito mais populoso, onde moram cerca de 3,7 milhões de pessoas. A capital Pequim, por sua vez, alertou que o país está enfrentando seu mais árduo teste no controle da pandemia do coronavírus.

A China luta contra surtos simultâneos de Covid-19, de Zhengzhou, na província central de Henan, até Chongqing, no sudoeste. Foram 26.824 novos casos da doença registrados neste domingo (20), cifra que se aproxima do pico diário de infecções no país, registrado em abril.

Equipe de prevenção à pandemia em trajes de proteção viaja com bicicleta elétrica na capital da China, Pequim - Thomas Peter - 21.nov.22/Reuters

Também foram registradas duas mortes em Pequim, ante uma no sábado —a primeira oficial na China desde ao menos o final de maio.

A maior parte das infecções em Guangzhou, um importante polo fabril, se deve, segundo o jornal South China Morning Post, a uma variante descoberta em Xangai em julho, a ômicron BA.5.2 —diferente da linhagem que vem provocando aumentos de casos nos EUA, na Europa e no Brasil, a BQ.1.

Para além das restrições de circulação, a prefeitura de Guangzhou suspendeu o serviço noturno de restaurantes e fechou casas noturnas e teatros de Baiyun, a principal região comercial da cidade.

Em outras regiões, autoridades determinaram o fechamento de empresas e escolas nos distritos em que os casos foram detectados e endureceram as regras de circulação entre cidades, à medida que as infecções subiram em vários distritos.

Pequim relatou 962 novos casos no domingo e mais 316 nas primeiras 15 horas da segunda-feira. Autoridades da capital anunciaram, então, que as pessoas que chegassem à capital partindo de outros locais do país precisariam passar por três dias de testes, antes de serem autorizadas a sair de suas casas ou acomodações.

"A cidade está enfrentando a situação mais complexa e grave de prevenção e controle", disse Liu Xiaofeng, vice-diretor do Centro Municipal de Controle e Prevenção de Doenças de Pequim, em comunicado à imprensa.

Moradores do distrito de Chaoyang, na capital, onde vivem 3,5 milhões de pessoas, bem como embaixadas e complexos de escritórios, foram instados a ficar em casa, e as escolas tiveram de dar aulas online.

O aumento no número de infecções testa a resiliência da China em manter os recém-anunciados ajustes na política de Covid zero. A nova diretriz pede que as cidades sejam mais objetivas nas medidas de restrição e evitem lockdowns ou testes generalizados, que estrangularam a economia e frustraram moradores em diferentes partes —levando a manifestações de contestação ao regime.

Várias cidades chinesas começaram na semana passada a abrir mão de testes de rotina para coronavírus, incluindo Shijiazhuang, especulada como um possível balão de ensaio para o relaxamento da política nacional de Covid zero.

No final do domingo, porém, o município anunciou que realizaria testes em massa em seis de seus oito distritos dentro dos próximos cinco dias, depois que 641 casos da doença foram detectados.

O jornal People's Daily, ligado ao Partido Comunista da China, publicou na segunda-feira um texto reiterando a necessidade de identificar as infecções mais cedo, mas para evitar uma abordagem que "sirva para todos casos".

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