Homem desarma atirador que matou 11 nos EUA e evita novo ataque; veja vídeo

Ataques a tiros na Califórnia engrossam estatísticas de violência armada; Biden volta a pedir ação do Congresso

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São Paulo

Imagens da câmera de segurança de um salão de dança em Alhambra, na Califórnia, mostram o momento em que Brandon Tsay, 26, desarmou Huu Can Tran, 72, o atirador que pouco antes havia matado dez pessoas num ataque em Monterey Park —a 11ª vítima morreu mais tarde em decorrência dos ferimentos.

O vídeo obtido pelo canal americano NBC News mostra o atirador em um dos cômodos do local na noite de sábado (21). Huu está aparentemente à espreita numa das portas do local, portando uma arma de cano longo. Tsay então entra em um embate físico com o atirador, tentando tirar o artefato dele. A disputa dura pouco mais de 20 segundos, ao final dos quais Huu desiste de reaver o armamento e deixa o local.

Ao jornal The New York Times ele contou que estava em um escritório do salão quando ouviu sons metálicos em um estúdio e foi checar a origem, deparando-se com a arma semiautomática apontada contra si.

"Ele estava olhando para mim e em volta, sem esconder que estava tentando fazer algo ruim", contou Tsay, cuja família é proprietária e administradora do salão de dança. "Os olhos dele eram ameaçadores. Por sua linguagem corporal, sua expressão facial, seus olhos, ele estava procurando pessoas."

Àquela altura, ele ainda não sabia do ataque ocorrido em Monterey Park, a cerca de 3 km do estúdio de dança. "Naquela hora, foi um instinto primitivo. Alguma coisa aconteceu lá, não sei o que deu em mim."

Vídeo de câmera de segurança mostra Brandon Tsay, 26, em embate físico para desarmar atirador na Califórnia - Reprdução/@NBCNews no Twitter

Huu foi encontrado morto por suicídio dentro de uma van horas depois, na tarde de domingo (22). As motivações do crime ainda são desconhecidas, mas, à medida que a investigação avança, detalhes sobre a vida do atirador estão sendo divulgados.

No início dos anos 2000, ele dava aulas de dança na boate que escolheu como alvo em Monterey Park. Pessoas que eram próximas a ele o descreveram como um homem de comportamento hostil. Sua ex-esposa, de quem ele se divorciou em 2005, contou à polícia que o conheceu também em uma aula de dança e que ele era uma pessoa que se irritava com facilidade.

Monterey Park, onde 65% da população tem ascendência asiática, fica a 11 km do centro de Los Angeles. O atirador abriu fogo por volta das 22h20 de sábado (3h20 de domingo em Brasília) e depois foi para o salão de Alhambra, onde foi desarmado. Autoridades afirmam que ele provavelmente tinha a intenção de cometer um segundo ataque e descrevem a ação de Tsay como heroica.

Nesta segunda (23), um segundo ataque a tiros deixou sete mortos em Half Moon Bay, também na Califórnia. O suspeito, Zhao Chunli, 67, foi detido. Ele foi encontrado num carro no estacionamento de uma delegacia.

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, contou que estava no hospital reunido com vítimas do ataque de Monterey Park quando recebeu a notícia do novo incidente. "Tragédia sobre tragédia", disse.

O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que as autoridades locais receberão assistência para que os crimes sejam investigados. Nesta terça (24), a Casa Branca emitiu nota em que se solidariza com as vítimas e os familiares e volta a pressionar o Congresso por uma resposta mais firme à violência armada.

"Mesmo enquanto aguardamos mais detalhes sobre esses ataques a tiros, sabemos que a praga da violência armada em todo o país requer uma ação mais forte. Mais uma vez, exorto ambas as Casas do Congresso a agir rapidamente e tomar medidas para manter comunidades, escolas, locais de trabalho e lares americanos seguros", diz o comunicado, citando uma lei que aumenta as restrições a armas de assalto e eleva para 21 anos a idade mínima para compradores de armamentos.

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