Parlamento Europeu atribui ataques em Brasília a fascismo transnacional

Eurodeputados aprovam resolução com elogios à atuação do STF e de Lula diante das cenas de destruição na capital

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São Paulo

O Parlamento Europeu condenou nesta quinta-feira (19) os ataques golpistas às sedes dos Três Poderes, em Brasília, realizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em 8 de janeiro.

Em resolução aprovada por 319 votos, representantes da União Europeia (UE) manifestaram solidariedade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e às instituições brasileiras. O texto foi rejeitado por 46 parlamentares; outros 74 se abstiveram.

Policiais tentam afastar golpistas que invadiram o Congresso, em Brasília
Policiais tentam afastar golpistas que invadiram o Congresso, em Brasília - Adriano Machado - 8.jan.23/Reuters

Os eurodeputados parabenizaram os esforços para "garantir uma investigação rápida e imparcial" para identificar e processar os envolvidos e ainda elogiaram a atuação do STF (Supremo Tribunal Federal), ao aprovar que Bolsonaro fosse incluído no inquérito que apura a instigação e autoria intelectual dos atos.

O texto, proposto pela alemã Anna Cavazzini, vice-diretora da delegação do Parlamento para o Brasil, diz que eventos como o de Brasília, além da invasão do Capitólio nos EUA e a prisão de extremistas na Alemanha, estão ligados a um fascismo transnacional, ao racismo e ao extremismo.

Os eurodeputados ainda defenderam que é importante regulamentar plataformas online para evitar a proliferação de desinformação e de discursos de ódio nas redes. "Estou particularmente preocupada com o papel que as redes sociais tiveram na promoção de uma retórica agressiva e falsa sobre fraude nas eleições de outubro", disse Cavazzini em um comunicado anterior à resolução.

"O Parlamento Europeu apoia os esforços para uma vasta investigação em todos os níveis para jogar luz sobre as omissões de instituições do Estado que falharam em prevenir os ataques."

Líderes da UE já haviam se manifestando contra as cenas em Brasília logo após o episódio, como o presidente francês, Emmanuel Macron, que ofereceu ajuda a Lula e disse que a vontade do povo brasileiro e das instituições democráticas deve ser respeitada.

Sob Bolsonaro, as relações diplomáticas do Brasil com o bloco europeu foram fragilizadas, em especial devido ao avanço do desmatamento e das recorrentes liberações para a prática da mineração ilegal em áreas de preservação e de povos indígenas no país.

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