Premiê do Japão é retirado às pressas de comício após barulho de explosão; veja vídeo

Suspeito foi detido e levado à delegacia; episódio alarmou ao ecoar assassinato de ex-primeiro-ministro Shinzo Abe

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Tóquio | Reuters

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, foi retirado às pressas após a explosão do que pareceu ser uma bomba de fumaça durante um comício no porto de Saikazaki, em Wakayama, a cerca de 65 km de Osaka, no oeste do país.

Registros de emissoras japonesas mostram que a polícia deteve o suspeito de 24 anos logo após o estampido, e o conduziu à delegacia de Wakayama para um interrogatório. O jornal Nikkei reportou que um agente sofreu ferimentos leves.

Fumaça se espalha após explosão de suposta bomba durante comício do primeior-ministro do Japão, Fumio Kishida, no porto de Saikazaki, em Wakayama - @Ak2364N/Twitter/via Reuters

O episódio ocorreu por volta das 11h30 da manhã deste sábado (15), ainda 23h30 de sexta-feira (14) no horário de Brasília. E alarmou a população ao ecoar o assassinato do ex-premiê Shinzo Abe, morto justamente durante um ato de campanha em julho passado —o incidente, que chocou o país na época, obrigou à promoção de uma reavaliação na forma como a segurança de políticos é realizada.

Kishida se pronunciou sobre o ocorrido ao voltar ao comício, e afirmou que a polícia já investiga o caso. "Peço desculpas por deixar tantas pessoas preocupadas. Estamos no meio de uma eleição importante para o nosso país. Precisamos enfrentar isso juntos", disse o premiê, que foi derrubado e arrastado por quatro seguranças após a explosão e não se feriu.

À tarde, ele retomou a agenda da campanha conforme o planejado. O premiê compete por uma vaga para a Câmara dos Representantes do Parlamento japonês, que tem parte das eleições marcadas para 23 de abril.

Hirokazu Matsuno, secretário-chefe do gabinete japonês, disse que a polícia foi instruída a aumentar o efetivo em eventos públicos. Ele afirmou ainda que o governo fará o que for necessário para garantir a segurança e que não estão previstas mudanças no cronograma do evento que irá reunir ministros do G7, grupo que reúne algumas das principais economias do mundo, na cidade de Karuizawa, no mês que vem.

Segundo Matsuno, o governo vai esperar os resultados das investigações para comentar as possíveis motivações do suspeito.

Masato Kaburagi, 35, estava presente no momento da explosão. Ele afirmou à agência de notícias Reuters que a segurança aparentou ter tido falhas, uma vez que o suspeito aparentemente foi derrubado por outro participante do comício, e não pelas forças de segurança.

"Nunca achei que algo como isso aconteceria tão cedo depois do que houve com Abe", disse ele, que foi ao comício com a mãe e a esposa. "Não acho que vou querer mais ir a esses eventos político.

Kishida estava sendo servido com especialidades locais pouco antes da explosão. Um cano de metal de 20 a 30 centímetros de comprimento foi atirado e caiu perto de onde ele estava, segundo a emissora local NHK. O objeto liberou fumaça branca.

"É lamentável que algo assim tenha ocorrido no meio de uma campanha eleitoral, que é o fundamento da democracia. É uma atrocidade imperdoável", disse o chefe de estratégia eleitoral do partido da situação, Hiroshi Moriyama, à NHK.

A violência armada é rara no Japão. Desde que foi derrotado na Segunda Guerra Mundial, quando lutou ao lado da Alemanha nazista e da Itália fascista, o Japão passou por um processo de desmilitarização —chegou a ser proibido de ter exército— e caminhou para uma pacificação da sociedade. Nos últimos anos, sobretudo com o aumento das tensões com a China na região, o país vem investindo cada vez mais na segurança externa, mas ainda mantém restrições severas para controlar o acesso a armas internamente.

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