Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

Rússia proíbe Obama de entrar no país em reação a nova leva de sanções dos EUA

Nome do ex-presidente é incluído em lista de 500 americanos banidos por Moscou

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Washington | Reuters

O Ministério de Relações Exteriores da Rússia incluiu o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama na lista dos 500 cidadãos americanos que serão proibidos de entrar em território russo.

A medida, divulgada nesta sexta (19), é uma reação às novas sanções de Washington contra Moscou, anunciadas na cúpula deste ano do G7, no Japão, que reúne algumas das maiores economias do mundo.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, encara seu então homólogo dos EUA, Barack Obama, que estende a mão para cumprimentá-lo em encontro na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York - Kevin Lamarque - 28.set.15/Reuters

Desde o início da Guerra da Ucrânia, em fevereiro do ano passado, o Ocidente pressiona a Rússia por meio de sanções econômicas. Em comunicado, a chancelaria russa afirmou que "Washington deveria ter aprendido há muito que nem um único ataque hostil à Rússia ficará sem punição".

Além disso, após os EUA negarem vistos a jornalistas que viajavam com o chanceler russo, Serguei Lavrov, para a sede da ONU, em Nova York, Moscou recusou o último pedido dos EUA para visitar o repórter do Wall Street Journal Evan Gerchkovitch. Ele foi detido em março sob acusação sem provas de espionagem.

Nesta quinta-feira (19), Washington colocou sob sanção 70 entidades russas e vai instituir outras 300 punições contra indivíduos, entidades, embarcações e aeronaves do país.

Segundo uma autoridade americana que falou com repórteres sob condição de anonimato, as medidas visam a interromper a capacidade de Moscou de obter materiais para o campo de batalha, fechar brechas usadas para escapar de sanções, reduzir ainda mais a dependência internacional da energia russa e limitar o acesso ao sistema financeiro internacional. "As ações de hoje (...) vão ampliar nossos esforços para acabar com as tentativas russas de fugir das sanções", disse a secretária do Departamento do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, em um comunicado que acompanha o anúncio das medidas americanas.

O Reino Unido se juntou aos EUA nesta sexta ao publicar planos de proibir importações de diamantes, cobre, alumínio e níquel russos. O país europeu também anunciou sanções que visam empresas ligadas a um suposto roubo de grãos ucranianos. O impacto, porém, deve ser moderado —as exportações russas para o Reino Unido dessas commodities já caíram com a imposição de tarifas após o início da guerra.

Os líderes do G7, que se juntarão neste fim de semana ao presidente ucraniano Volodimir Zelenski, prometeram restringir exportações para a Rússia que possam ajudar a invasão. Segundo um comunicado, as restrições incluem exportações de maquinário industrial, ferramentas e tecnologia usadas na guerra.

O objetivo da ida de Zelenski ao Japão seria fortalecer o compromisso do grupo ocidental com a Ucrânia e "assegurar o apoio de Índia e Brasil, não membros do G7", de acordo com o jornal nipo-britânico Financial Times. O premiê indiano, Narendra Modi, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão na cúpula como convidados e negociam com Kiev a realização de reuniões bilaterais com o líder ucraniano.

O promotor do TPI (Tribunal Penal Internacional), Karim Khan, entrou em outra lista: a de procurados pela Justiça. Há dois meses, o tribunal emitiu um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin, por supostos crimes de guerra cometidos no conflito com a Ucrãnia.

"Procurado em virtude de um artigo do Código Penal", indica o anúncio publicado no site do Ministério do Interior, que não especifica a natureza do crime pelo qual ele é acusado. O TPI, com sede em Haia, acusa Putin de ter deportado ilegalmente milhares de crianças de áreas na Ucrânia controladas pela Rússia. A acusação foi negada pelo governo russo, que considerou a decisão juridicamente "nula".

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