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FBI ajudará a investigar assassinato de candidato no Equador, diz Lasso

Presidente afirma que delegação americana deve chegar ao país ainda nesta quinta (10)

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Buenos Aires

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, afirmou que o FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, ajudará nas investigações do assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio, morto a tiros nesta quarta-feira (9) quando saía de um comício em Quito do qual participavam cerca de cem pessoas.

"Solicitei apoio ao FBI para a investigação do assassinato do candidato Fernando Villavicencio Valencia. A Agência Federal de Investigação e Inteligência dos EUA aceitou nossa solicitação e nas próximas horas uma delegação chegará ao país", publicou o líder equatoriano nas redes sociais na tarde desta quinta (10).

Pessoas que participavam de evento de campanha Fernando Villavicencio, em Quito, correm em desespero após candidato ser morto nesta quarta (9) - Stringer/AFP

Após o atentado, dois vídeos contraditórios circularam na internet. Em um, homens de preto, encapuzados e armados dizem ser membros da gangue Los Lobos, uma das maiores do país, e reivindicam a autoria do crime. No outro, homens de branco, com o rosto à mostra e que parecem estar num presídio, também afirmam ser do Los Lobos e negam a veracidade do vídeo anterior.

Questionado, o governo Lasso disse não ter resposta sobre a autenticidade das gravações. Em entrevista coletiva mais cedo, o ministro do Interior, Juan Zapata, afirmou que "estão circulando vídeos e áudios cuja intenção é gerar mais terror, mais incerteza, além de não respeitar a dor da família".

O Ministério Público equatoriano apura o que ocorreu, com o apoio da Polícia Nacional. Seis suspeitos colombianos foram presos em operações de busca e apreensão na noite do assassinato, e um homem morreu na ambulância após troca de tiros com a equipe de segurança de Villavicencio, segundo a polícia.

O suposto envolvimento de cidadãos colombianos lembra o assassinato do ex-presidente do Haiti, Jovenel Moïse, em 2021, que foi morto em sua casa por um grupo que incluía 26 colombianos e dois haitiano-americanos. A presença de cartéis colombianos e mexicanos é conhecida no Equador e tem influenciado nas disputas de poder do tráfico de drogas internas do país.

Segundo o comandante geral da polícia equatoriana, Fausto Salinas, no momento do atentado Villavicencio contava com três "anéis de segurança": primeiro, cinco policiais que andavam ao seu lado, depois, uma equipe "intermediária" de apoio, e, ainda, uma viatura que fazia o cerco externo.

Três desses agentes foram baleados na troca de tiros e estão estáveis. Outras pessoas que participavam do evento também ficaram feridas, mas até agora não há um número oficial. Nove feridos foram reportados até a noite desta quarta ao Ministério Público do país, incluindo uma candidata à Assembleia Nacional, mas até aquele momento o órgão contava apenas dois dos policiais.

Depois da confusão, a Polícia Científica isolou a área externa onde ocorreu o tiroteio. Ali, encontrou uma pistola, 64 cápsulas e uma granada, que foi detonada de forma controlada minutos depois. Outras unidades, então, "se mobilizaram para conduzir investigações técnicas", diz a corporação, o que levou às operações de busca e apreensão em diversos imóveis na região de Conocoto e no sul de Quito.

Sem especificar se todos os suspeitos foram detidos numa mesma casa ou em mais de uma, a polícia também informou que apreendeu um fuzil, uma submetralhadora, quatro pistolas, três granadas, dois carregadores de fuzil, quatro caixas de munição, duas motos e um veículo registrado como roubado.

Autoridades do Equador encontram mala com armas e granadas dentro de veículo estacionado em imóvel próximo ao local onde o candidato presidencial Fernando Villavicencio foi assassinado - @FiscaliaEcuador no Twitter
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