Descrição de chapéu Itamaraty

Governo Lula prorroga isenção de vistos para EUA promovida por Bolsonaro

Itamaraty diz que problemas burocráticos motivaram extensão de medida, que expiraria em 1º de outubro, para janeiro de 2024

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Boa Vista

O Brasil prorrogou para o dia 10 de janeiro de 2024 a isenção de vistos para cidadãos dos Estados Unidos, do Canadá e da Austrália. A medida foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores nesta segunda-feira (28).

Segundo a pasta, a mudança, que ainda será oficializada, é justificada por ajustes na licitação da contratação de serviços para emissão de vistos eletrônicos. A prorrogação consta apenas em canais de comunicação de algumas missões diplomáticas brasileiras envolvidas, no entanto —outras ainda indicam trabalhar com o prazo anterior, de 1º de outubro deste ano, gerando um ruído de informação.

Passaporte americano em branco prestes a receber impressão de dados pessoais de cidadão portador do documento
Passaporte americano em branco prestes a receber impressão de dados pessoais de cidadão portador do documento - Paul J. Richards - 14.jun.07/AFP

Os sites de ao menos três consulados-gerais brasileiros nos Estados Unidos e no Canadá —em Nova York, Boston e Toronto— já informam aos interessados em viajar para o Brasil do novo prazo. No site da representação em Nova York, a nova data consta logo na página inicial, em um aviso bilíngue.

O consulado-geral em Houston não cita datas, mas em comunicação via email também confirma a extensão da validade do visto para o ano que vem. O escritório ainda afirma que, a partir de 1º de outubro, novos pedidos de visto relativos a viagens marcadas para depois de 10 de janeiro de 2024 devem ser solicitados em uma plataforma digital de emissão de vistos eletrônicos ainda indisponível.

A representação em Sydney, em página em inglês atualizada em maio deste ano com as regras para obtenção da permissão, ainda menciona o prazo anterior.

Os vistos para entrada e permanência no Brasil por até 90 dias a pessoas de Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão haviam sido dispensados em março de 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, sem contrapartidas, sob o argumento de que o setor turístico se beneficiaria da mudança. A decisão divergiu da tradição do Itamaraty de se guiar pelo princípio da reciprocidade, segundo o qual o país cobra de cidadãos de outros países as mesmas regras que esses Estados impõem aos cidadãos brasileiros.

O ato foi revertido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em março deste ano, que determinou o dia 1º de outubro como prazo para o fim das isenções. Dados preliminares levantados pelo Ministério das Relações Exteriores em fevereiro indicaram que a exceção teve impacto baixo na vinda de turistas do país.

O Japão, um dos citados na reversão do ato, foi excluído da resolução depois de firmar um acordo com o Brasil em que se compromete a deixar de exigir vistos de turistas brasileiros para viagens de até 90 dias. O pacto, anunciado em agosto, entra em vigor em 30 de setembro, um dia antes do fim do prazo inicial do fim da isenção, e vale inicialmente por três anos.

Assim, os postos diplomáticos no país asiático saem da lista dos que emitirão permissões eletrônicas, o que demanda alteração na licitação, de acordo com o ministério.

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