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Congresso do Peru rejeita 2 pedidos de impeachment de presidente após Rolexgate

Dina Boluarte é investigada por enriquecimento ilícito após reportagem revelar suposta coleção de relógios não declarada

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Lima | Reuters

O Congresso do Peru rejeitou nesta quinta-feira (4) duas moções que pediam o início de um processo de impeachment da presidente, Dina Boluarte, em meio a investigação do Ministério Público contra a chefe do Executivo por enriquecimento ilícito.

A apuração da Procuradoria tenta aferir a origem de relógios de luxo da marca Rolex que seriam de Boluarte e não teriam sido declarados. Ela deve ser ouvida pelos promotores ainda nesta semana.

Congressistas do Peru durante debate que terminou por rejeitar pedidos de impeachment da presidente Dina Boluarte
Congressistas do Peru durante debate que terminou por rejeitar pedidos de impeachment da presidente Dina Boluarte - Angela Poncee - 4.abr.2024/Reuters

A presidente nega qualquer irregularidade, mas o caso se complicou ainda mais nesta semana quando a investigação se expandiu para depósitos bancários "de origem desconhecida" e outras joias, incluindo uma valiosa pulseira da marca Cartier.

Desde segunda, seis ministros renunciaram e novos foram indicados a compor o gabinete, também aprovado pelo Legislativo. O primeiro-ministro Gustavo Adrianzén havia sido apontado para a função depois que seu antecessor, Alberto Otárola, renunciou no mês passado em meio a outro escândalo, este por suposto tráfico de influência.

A primeira moção com pedido de impeachment foi rejeitada nesta quinta por 49 votos contra, 33 a favor, e 12 abstenções, e a segunda teve resultado semelhante com 59 contra, 32 a favor e 11 abstenções.

A aprovação era um cenário improvável, já que parlamentares conservadores e de direita, maioria na Casa e aliados de Boluarte, sinalizaram apoio à presidente, argumentando que buscavam evitar uma grande crise.

Tanto o Congresso quanto Boluarte têm índices de aprovação de apenas 9%, de acordo com uma pesquisa da Ipsos Peru em março. O Congresso já rejeitou duas moções anteriores para destituir a presidente, no início deste ano e em 2023.

Boluarte enfrenta protestos acirrados desde quando assumiu o país em dezembro de 2022, após a destituição de Pedro Castillo por tentativa de fechar o Congresso. Ele foi preso logo depois do autogolpe fracassado.

A política peruana é altamente polarizada e a Constituição permite que presidentes sejam destituídos por "incapacidade moral", uma medida subjetiva usada como base de pedidos de impeachment para destituir vários ex-líderes.

Quase todos os altos funcionários ou ex-presidentes peruanos foram investigados por promotores ou estiveram envolvidos em casos de corrupção nas últimas três décadas.

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