Veja 5 coisas que você precisa saber sobre a entrevista coletiva de Joe Biden

Presidente tropeçou no início e trocou nomes, mas se manteve altivo diante de perguntas sobre sua aptidão na campanha

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Zolan Kanno-Youngs
Washington | The New York Times

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, respondeu na quinta-feira (11) a perguntas de repórteres sobre política externa, se ele está apto a derrotar o ex-presidente Donald Trump e por que está resistindo aos apelos dos democratas para encerrar sua candidatura, enquanto buscava se recuperar de uma crise de confiança que envolveu sua campanha.

A imagem mostra uma pessoa de cabelos brancos falando em um pódio com o selo presidencial dos Estados Unidos. Atrás dele, há duas bandeiras americanas. Ele está usando um terno escuro e uma gravata azul.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante entrevista coletiva na cúpula do 75º aniversário da Otan, em Washington, capital americana - Leah Millis - 11,jul.24/Reuters

Com um número crescente de legisladores democratas, doadores e autoridades eleitas incentivando Biden a desistir da corrida após uma desastrosa performance em debate no mês passado, a entrevista coletiva de encerramento de uma cúpula da Otan em Washington se tornou uma chance de alto risco para o presidente dissipar preocupações sobre sua candidatura. Os resultados foram mistos.

Biden tropeçou no início, mas permaneceu desafiante diante de perguntas sobre sua aptidão para continuar sua campanha. Ele teve dificuldade em articular um argumento coeso para sua candidatura, mesmo ao dar uma defesa contundente de seu histórico e mostrar força ao falar sobre política externa.

Aqui estão cinco pontos principais:

1. O presidente diz que não vai desistir

Biden prometeu permanecer na corrida presidencial. "Estou determinado a concorrer", disse. Ele rejeitou pesquisas que o mostravam perdendo para Trump e insistiu: "Acredito que sou a pessoa mais qualificada para o cargo". Mas também reconheceu que a agenda da Presidência havia se tornado desafiadora. "Eu só preciso, apenas, me controlar um pouco mais", afirmou.

Antes do debate, ele disse, sua agenda estava "a todo vapor" e ele cometeu o "erro estúpido" de viajar demais e passar muitas noites acordado às vésperas do evento. Biden também culpou sua equipe pelos dias lotados. "Eu amo minha equipe. Mas eles acrescentam coisas. Eles acrescentam coisas o tempo todo."

2. O presidente começou mal

A resposta de Biden à primeira pergunta continha o tipo de erro que tem causado ansiedade aos democratas. Questionado sobre a capacidade da vice-presidente Kamala Harris de derrotar Trump, Biden disse que "não teria escolhido o vice-presidente Trump para ser vice-presidente se achasse que ela não era qualificada para ser presidente", trocando o nome de sua número 2 com o de seu principal adversário.

Ele também escorregou ao responder uma pergunta sobre assistência militar à Ucrânia, dizendo que segue o conselho de seu "comandante em chefe" —que na verdade é ele próprio— antes de corrigir-se e mencionar seus comandantes militares. Em sua maioria, no entanto, ele escapou dos momentos prolongados e dolorosos que experimentou durante o debate, nos quais não conseguia completar um pensamento, mesmo que tenha divagado às vezes em suas respostas.

3. O presidente mostrou domínio sobre política externa

Diante de perguntas sobre sua acuidade mental, Biden mostrou que ainda tinha um forte domínio sobre o conteúdo quando se tratava de assuntos globais. Ele deu respostas longas e detalhadas sobre vários assuntos de política externa, incluindo quando disse que estava preparado para interromper a relação entre China e Rússia. "Temos que garantir que Xi entenda que há um preço a pagar", disse Biden, referindo-se ao dirigente da China.

Ele reiterou sua posição de que a Ucrânia não deve ser autorizada a usar armas americanas para atacar a Rússia, incluindo Moscou e o Kremlin. E detalhou seus esforços para levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza, observando que Israel ocasionalmente era "menos cooperativo". Ele também defendeu as apostas globais da eleição, dizendo que líderes mundiais lhe disseram que "você tem que vencer" porque Trump seria um desastre para seus países.

4. O presidente teve dificuldade em articular por que é o melhor para derrotar Trump

Biden divagou ao defender sua candidatura, foi prolixo sobre o que realizou como presidente e reiterou que deveria ter a chance de continuar, mas não conseguiu chegar a uma mensagem concisa sobre por que é a melhor pessoa para fazê-lo.

"Estou determinado a concorrer. Mas acho importante que eu realmente —acalme os medos. Eu vi —deixe-os me ver lá fora, deixe-me vê-los, sabe— por muito tempo, era, sabe, 'Biden não está preparado para sentar conosco sem roteiro; Biden não está preparado para' —enfim."

Ele então começou a listar estatísticas sobre o alcance de sua campanha de reeleição e sugeriu que todo o trabalho seria em vão se ele deixasse a corrida, dizendo: "É muito difícil substituir a curto prazo." Ele então passou a falar sobre seu histórico no Senado, acrescentando: "De qualquer forma, vou sair por aí fazendo o argumento das coisas que acho que temos que concluir e como não podemos nos dar ao luxo de perder o que fizemos."

Ele disse que pesquisas mostraram que ele era o candidato mais forte para derrotar Trump, mas também admitiu pela primeira vez que outros democratas também poderiam fazê-lo. "Acredito que sou o mais qualificado para governar e acho que sou o mais qualificado para vencer, mas há outras pessoas que poderiam derrotar Trump também", disse ele. "Mas é muito difícil começar do zero."

5. Ele fez uma forte defesa de Kamala Harris

Enquanto ele prometeu permanecer na corrida, Biden também em várias ocasiões defendeu as credenciais de sua vice-presidente. Ele elogiou seu trabalho na defesa dos direitos ao aborto e "sua capacidade de lidar com quase qualquer questão".

Mas ele também deixou claro que qualquer pesquisa mostrando Kamala se saindo melhor em uma disputa contra Trump não o compeliria a renunciar. "A menos que voltassem e dissessem que não há como você vencer", disse Biden. "Ninguém está dizendo isso."

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