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Lula x Bolsonaro

Datafolha sobre 2022 mostra liderança do petista no pior momento do mandatário

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - Rahel Patrasso/Xinhua

A pesquisa Datafolha mostra Jair Bolsonaro em seu pior momento no governo e no cenário eleitoral, enquanto aponta a ascensão de seu principal antagonista.

Autorizado por decisão do Supremo Tribunal Federal a retornar à disputa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com folga considerável as intenções de voto para o Planalto. Detém hoje as preferências de 41% do eleitorado, ante 23% de Bolsonaro, a quem derrotaria também num hipotético segundo turno por 55% a 32%.

São expressivas também as taxas de rejeição aos dois oponentes, mas a do atual mandatário é maior. Não votariam nele em nenhuma circunstância 54% dos entrevistados, enquanto 36% declararam o mesmo acerca do petista.

Embora a dimensão da liderança de Lula seja algo surpreendente, era previsível que o ex-presidente assumiria protagonismo nas pesquisas após a anulação de suas condenações por corrupção e lavagem de dinheiro. O PT, não é demais lembrar, foi ao segundo turno nas últimas 5 eleições presidenciais, das quais saiu vitorioso em 4.

A volta por cima do provável candidato do partido ocorre num momento especialmente negativo para Bolsonaro —logo depois de recordes trágicos de infecções e mortes provocadas pelo novo coronavírus, durante uma CPI que expõe os desmandos de seu governo na gestão da pandemia e com inflação e desemprego em níveis elevados.

Não por acaso, a aprovação ao presidente, que nunca foi majoritária no eleitorado, caiu ao menor patamar desde o início de seu mandato. Consideram a gestão boa ou ótima apenas 24%, ante 30% em março. Já a reprovação se manteve estável, oscilando de 44% para 45%.

Deve-se considerar, entretanto, que há tempo para mudanças de cenário. O avanço da vacinação, por exemplo, pode propiciar uma situação menos desconfortável para a retomada de atividades econômicas e sociais hoje represadas. Esses resultados tendem a favorecer o governante —mesmo que ele seja um negacionista irresponsável.

As potenciais opções a um embate entre Lula e Bolsonaro em 2022 não apresentam, até agora, números animadores. O Datafolha registra, em patamar bem inferior, um embaralhamento de possíveis candidaturas situadas no espectro ideológico que vai do centro à direita.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que ganhou destaque com a produção da Coronavac, reúne apenas 3% das intenções de voto; o ex-ministro Sergio Moro, de Justiça, marca 7%.

É obviamente cedo para descartar novidades no quadro. Constata-se, de todo modo, que nenhum dos antecessores de Bolsonaro aptos a disputar a reeleição se mostrava tão fraco a esta altura do mandato.

editoriais@grupofolha.com.br

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