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Disputa renhida

Lula e Bolsonaro partem para o vale-tudo no 2º turno, em vez de debater ideias

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Em montagem, os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) - André Coelho/Reuters

As primeiras pesquisas realizadas após o primeiro turno da eleição presidencial apontam um acirramento da disputa travada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), que voltarão a se enfrentar nas urnas no dia 30.

Segundo o Datafolha, o ex-presidente chegou ao fim da última semana com 49% das intenções de voto e o atual mandatário atingiu 44%. Outros 6% disseram que votarão em branco ou nulo, e 2% se declararam indecisos.

Considerados apenas os votos válidos, Lula teria 53% e Bolsonaro estaria com 47%. Os números indicam que ambos ganharam votos desde o primeiro turno, mas a vantagem que o líder petista ostentava na etapa inicial da corrida ao Palácio do Planalto encolheu.

Nas três semanas que restam até a decisão, estará em disputa um contingente reduzido do eleitorado. Somados os que cogitam rever a primeira opção e os que ainda não se definiram por nenhum dos dois candidatos, o grupo representa menos de 10% do total de votos.

Considerando a margem estreita que separa os dois adversários e a evidência de que muitos votantes deixam a decisão para última hora, muito pode acontecer. Segundo o Datafolha, no primeiro turno 10% fizeram sua escolha na véspera ou no dia da votação.

Entre os eleitores que preferiram os outros dois postulantes que se sobressaíram no primeiro turno, Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), muitos estão indecisos. Somente um terço declara voto em Lula, a despeito dos apoios que ele recebeu de ambos.

Os levantamentos mostram que o líder petista mantém grande vantagem entre as mulheres e os eleitores de baixa renda e no Nordeste, a região que mais contribuiu para sustentar sua candidatura até aqui.

Bolsonaro, por sua vez, viu a avaliação de seu governo melhorar e conseguiu equilibrar o jogo no Sudeste. Os dois adversários se encontram empatados na região mais populosa do país, indica o Datafolha.

Ambos continuam enfrentando taxas de rejeição elevadas, o que contribui para estreitar ainda mais suas possibilidades de avanço no segundo turno. Segundo o instituto, 51% dizem que não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro, e 46% repudiam Lula.

Lamentavelmente, os dois partiram para o vale-tudo na última semana, na tentativa de desgastar ainda mais a imagem do adversário com vídeos antigos e ataques pessoais. Bolsonaro voltou a fustigar o Supremo Tribunal Federal, num esforço para mobilizar os seguidores mais radicais.

Trunfos pessoais e defeitos dos candidatos são bastante conhecidos do eleitorado, mas sabe-se quase nada sobre seus planos para enfrentar os desafios à espera do próximo governo. Os debates do segundo turno oferecerão mais uma chance para que deem ao eleitor as respostas que ele merece.

editoriais@grupofolha.com.br

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