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Diego Pereira

O emprego do futuro é verde

Juventude deve mirar economia sustentável como salvaguarda e sobrevivência

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Diego Pereira

Procurador federal na Advocacia-Geral da União (AGU), é autor de ‘Vidas Interrompidas pelo Mar de Lama’ (Lumen Juris)

Em um país que enfrenta altos índices de desemprego, acentuadamente entre os mais jovens (cerca de 20%, contra a média geral em torno dos 9%, segundo o IBGE), prepará-los para o futuro é missão prioritária na garantia de uma sociedade que se quer justa, solidária e sem desigualdades.

Transversalidade, a palavra da moda, serve de chocalho para quem pensa a preservação do meio ambiente como oportunidade e necessidade. Se o planeta mudou por conta de fenômenos climáticos, tomando-se nota de eventos extremos que se tornaram cada vez mais comuns (enchentes, calor intenso, frio excessivo e seca prolongada), os jovens são os maiores responsáveis pela condução da reversão desse quadro, seja por que possuem mais vitalidade e disposição no enfrentamento dos desafios da vida; seja porque viverão, em tese, mais tempo nesse ambiente que se apresenta agressivo; seja por que possuem maior identidade com a questão ambiental.

Os impactos das mudanças climáticas sobres os mais jovens são preocupantes, já que atingem 60% deles, aponta o Unicef, que lembra que, sobre essa faixa etária da população, pesam ainda a preocupação com a fase de formação, a necessidade de alimentação adequada e a busca pelo primeiro emprego.

Estudo da Fiocruz de 2021 revelou que o aumento de 1,5ºC na temperatura global geraria uma perda significativa da jornada de trabalho, correspondente a mais de 800 mil empregos em tempo integral.

Nesse contexto, a questão climática gerará mais desempregos associados à sobrecarga térmica de trabalhadores braçais, como na construção civil e agricultura (serviços ocupados pelo jovem de hoje que enfrenta dificuldades com os estudos e a qualificação profissional).

Por outro lado, uma recente pesquisa do Instituto Cíclica afirma que o futuro do emprego do jovem brasileiro é verde. E o que isso significa?

Significa que a famosa transversalidade deve ser indispensável à mão de obra jovem quando o assunto é preservação ambiental.

Cuidar do meio ambiente, mirando a questão climática, será fonte de empregos diretos e indiretos.

O que esse levantamento expõe é que a economia verde será salvaguarda para aqueles que se prepararam e se conscientizaram que o planeta mudou e a transformação veio pela sustentabilidade como garantia de sobrevivência de todos.

Embora pareça futurologia, o bate-papo aqui é atual, e o protagonismo é da transversalidade ao informar medidas como a obrigatoriedade de currículos em educação ambiental, em todos os níveis de formação; a conscientização na escolha de políticos comprometidos com a causa climática; a geração de empregos que proponha a solução de negócios efetivamente sustentáveis; e a consciência de que o pacto intergeracional foi deslocado do futuro para o tempo presente.

São todas questões que afetam a juventude, que não pode e não deve se manter inerte a esse "rolê".

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