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Corrida embolada

Ex-vice entra na corrida pela Casa Branca, mas excesso de nomes favorece Trump

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Mike Pence, ex-vice-presidente dos Estados Unidos - Anna Moneymaker/Getty Images/AFP

Uma novidade surgiu na campanha eleitoral pela Casa Branca em 2024, ou quase isso: o ex-vice-presidente Mike Pence formalizou a intenção de buscar a nomeação de seu Partido Republicano na provável disputa contra o atual presidente, o democrata Joe Biden.

Pence serviu durante quatro anos (2017-21) à sombra de Donald Trump, ícone do populismo de direita que vicejou no fim da década passada. Suas credenciais conservadoras e evangélicas ajudaram a lustrar a vitoriosa postulação do "outsider" republicano em 2016.

O grande momento de Pence veio no dia 6 de janeiro de 2021, quando não compactuou com a intentona golpista estimulada por Trump e seguiu os ritos de confirmação da vitória de Biden no Congresso, mesmo com a turba que viria a invadir o templo da democracia americana já cercando o lugar.

Não por acaso, ganhou a alcunha de "vice traidor" dos trumpistas e teve seu enforcamento pedido pelos vândalos. De lá para cá, rompido com Trump, foi ouvido nas apurações do grotesco episódio.

Com cerca de um terço do eleitorado republicano desejando um nome alternativo ao ex-presidente e a Ron DeSantis, o governador da Flórida que figura em segundo lugar nas pesquisas para a nomeação, Pence resolveu arriscar.

Para a maioria dos estrategistas políticos americanos, contudo, ele apenas colabora com a divisão do campo não-trumpista da disputa. Já há sete nomes colocados, e outros dois devem integrar o grupo.

O problema é que Trump sequestrou uma parte importante de seu partido e do eleitorado dele. Atualmente, é favorito para a nomeação, com 53,9% das intenções entre republicanos, segundo agregadores de pesquisas —DeSantis tem 21,1%, e Pence, 5,4%, antes de confirmar sua intenção.

Com isso, repete-se 2016, quando Trump triunfou internamente sem nem de longe ser uma unanimidade, dado o excesso de contendores no intrincado modelo de seleção do candidato a presidente americano, que passa por um semestre de primárias com características próprias em diversos estados.

Para Biden, talvez seja o ideal. Tal e qual Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Brasil, nos EUA a polarização favorece seus protagonistas. O presidente enfrenta questionamentos políticos e devido à idade, 82 anos numa eventual posse em 2025, mas por ora as outras duas postulações democratas são inócuas.

editoriais@grupofolha.com.br

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