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Agência sobe avaliação do Brasil; cita reformas que o PT criticou e regra fiscal

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Fachada do escritório da agência Fitch, em Londres (Inglaterra) - Reinhard Krause/Reuters

Depois da agência de classificação de risco S&P ter elevado a perspectiva para a economia brasileira em junho, sem alteração na nota de crédito, foi a vez da congênere Fitch dar um passo mais firme e melhorar a posição do país.

Ainda dois patamares abaixo do almejado grau de investimento, que foi perdido em 2015 e designa locais seguros na métrica internacional, a nova nota (BB) reconhece que as condições do Brasil, embora difíceis, não são intratáveis se houver seriedade e persistência na realização de reformas e controle das contas públicas.

Essas razões, aliás, foram elencadas pela Fitch. Melhorias regulatórias desde 2015-2016, incluindo as reformas trabalhista e da Previdência, além da autonomia do Banco Central, tão criticadas pelo PT, fazem parte do rol de avanços que precisam ser preservados.

A agência cita ainda como promissor o novo marco fiscal apresentado pelo atual governo. Embora com desafios, é esperada gradual restauração do superávit nas contas e crescimento menor da dívida. Esse é o ponto crítico de fragilidade, dado que o endividamento brasileiro é superior ao padrão de outras economias de nota similar (73,6%, ante mediana de 56%).

Outro destaque é a mudança na cobrança de impostos sobre bens e serviços, prioridade atual do Legislativo, com potencial de impulsionar o crescimento e o emprego.

Também é reconhecida melhor perspectiva para a atividade econômica. A agência aumentou sua projeção para a alta do PIB neste ano de 0,7% para 2,3%, com tendência estrutural de 2% a partir de 2025. Se confirmados, serão resultados relativamente positivos.

Há boas expectativas em relação à agenda ambiental e climática, ponto em que o Brasil pode se destacar e atrair capitais em montantes elevados depois do longo isolamento ocasionado pela pauta destrutiva de Jair Bolsonaro (PL).

Por fim, o balanço entre Poderes, com limitação de uma agenda mais intervencionista e potencialmente danosa ao crescimento é uma aposta da agência, que pode se mostrar realista ou prematura.

Cumpre ao governo receber a melhora da nota como um sinal de confiança e resultado de esforços passados, que devem ser vistos como agenda de Estado. Seria erro crasso tratar a medida como endosso ao retorno de políticas irresponsáveis que tantos prejuízos trouxeram ao país nos anos finais dos mandatos petistas anteriores.

editoriais@grupofolha.com.br

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