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Interesse do aluno

Estudantes estão de acordo com princípios no novo ensino médio, aponta Datafolha

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Alunos do ensino médio em sala de aula da Escola Estadual Padre Saboia de Medeiros, em São Paulo (SP) - Bruno Santos/ Folhapress

Pesquisa Datafolha que levantou as preferências dos estudantes do ensino médio sobre sua formação escolar ilumina um grande desafio de qualquer política pública —a passagem da teoria à prática.

A reforma dessa etapa do ensino, instituída em 2017, apresenta problemas notórios na implementação, relacionados à precariedade da infraestrutura das escolas e à formação de professores.

Estudo da Unesco de 2023 revelou que 56% dos alunos e 76% dos professores estavam insatisfeitos. No entanto o Datafolha mostra que a essência do projeto é no geral bem-vista pelo alunado.

Segundo a sondagem, encomendada pela ONG Todos pela Educação, 35% dos jovens entre 14 e 16 anos gostariam de aliar um currículo comum a todos ao aprofundamento em disciplinas de seu interesse, e 29% querem combinar a base comum com curso técnico.

Assim, quase dois terços deles desejam um currículo flexível com foco em aptidões ou no mercado de trabalho —desenho que já constava da proposta original de 2017 e também presente no projeto com mudanças que o governo federal enviou ao Congresso, com atraso, em outubro do ano passado.

Entre os que afirmam conhecer o novo ensino médio (8%), a proporção sobe a 79%, dos quais 38% desejosos de aprofundar conhecimentos de seu interesse e 42% de cursar o profissionalizante.

Neste último caso, quando questionados se fariam o ensino técnico integrado ao médio mesmo com carga horária menor para disciplinas do Enem e de vestibulares, 77% ainda escolheriam cursá-lo.

A despeito das cifras expressivas, há gargalos na educação profissionalizante a ser enfrentados —só 8% dos estudantes do ensino médio no Brasil cursam a modalidade, ante 44% na média da OCDE, 29% no Chile e 24% na Colômbia.

Em vez de propostas radicais que visam revogar a reforma, muitas delas de cunho partidário ou corporativista, a sensatez e o corpo discente indicam que há nela pontos desejáveis para melhorar o aprendizado e combater a evasão, uma das maiores mazelas da educação brasileira. A teoria é boa, basta colocá-la de fato em prática.

editoriais@grupofolha.com.br

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