Moro e Dallagnol
A se confirmar o conteúdo das mensagens (“Site mostra mensagens que mostram colaboração entre Moro e Dallagnol”), quatro consequências devem surgir: que se faça suspender imediatamente a eficácia dos atos processuais praticados em processos nos quais Sergio Moro atuou; que se faça instaurar processo por improbidade administrativa contra Moro e os integrantes do MPF; que se determine o afastamento do agora ministro da Justiça; e, por fim, que seja instaurado procedimento para apurar se a suposta colusão teve por objetivo manipular a lisura do pleito para a Presidência.
Valentino Aparecido de Andrade, juiz de direito (São Paulo, SP)
Cuidado, gente! Pode ser que tenha havido alguma ilegalidade na condução da Justiça. Mas daí a desqualificar todo o combate à corrupção, como vão querer os petistas e outros oportunistas, não!
Emilio Carlos Pinhatari (São José do Rio Preto, SP)
Se a intenção de Moro e Deltan Dallagnol fosse mesmo a de combater a corrupção, deveriam ter seguido as regras legais no julgamento de Lula. A Dallagnol cabia conseguir as provas do suposto crime. Mas isso dá trabalho, leva tempo e nem sempre se concretiza. Moro deveria ter se limitado a julgar com isenção e com base em provas. Porém parece que tinham pressa em tirar o ex-presidente do caminho, mesmo burlando regras. Agora precisam responder por seus atos.
Moacyr da Silva (São Paulo, SP)
O necessário e fundamental é uma investigação honesta e corajosa. Os fatos estão aí. Negar faz parte, mas o conteúdo das mensagens é bem claro sobre o que estava acontecendo. Se quisermos ter um país melhor, havemos de usar instrumentos legais para a condução de qualquer questão e, para isso, quem estiver comandando tais instrumentos há de ter ética e honestidade.
Maria do Carmo Britto (Rio de Janeiro, RJ)
O fato de Moro não negar e não ver nada de anormal em sua extensa troca de mensagens com o Ministério Público Federal já é, por si só, fato suficiente para seu afastamento, assim como dos demais envolvidos.
João Jaime de C. Almeida Filho (Embu-Guaçu, SP)
A frase bíblica “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” já foi usada por Bolsonaro. E, ao que tudo indica, a verdade começa a aparecer na trama orquestrada por Moro e Dallagnol. Espero que a verdade liberte o povo dos ministros da Educação, das Relações Exteriores, da Mulher e da Economia, bem como do armamento da população, do atentado ao meio ambiente e do afrouxamento das leis de trânsito. Ah, sim, e nos liberte do próprio Bolsonaro.
Henrique Ventura dos Reis (Rio de Janeiro, RJ)
Lecionar é uma arte! Fazer com que alunos se interessem pela matéria, seja ela qual for, é uma mágica. E, em grande parte das vezes, falta-nos onde buscar conteúdo que ainda não consta dos livros. Com isso, parabéns à Folha, que teve a brilhante e oportuna ideia de municiar os professores da rede pública de ensino. Essa é uma forma correta e simples de colaborar com nosso corpo docente.
José Lahor Filho, professor (Uberlândia, MG)
Uso da cadeirinha
É notável até onde as pessoas estão dispostas a esticar os limites da lógica para defender as insanidades do presidente. O leitor Ricardo Cohen compara a opção de se usar ou não a cadeirinha com o ato de cuidar da própria higiene bucal. Ora, que os adultos façam consigo mesmos o que bem entenderem, mas pais que não cuidam bem de suas crianças estão até sujeitos a perder sua tutela.
Beni Sutiak (São Paulo, SP)
As pessoas escovam os dentes porque há lei para isso? As pessoas olham para os dois lados da rua antes de atravessá-la porque há uma lei que as obriga a fazer isso? A cadeirinha, até pouco tempo atrás, não existia. Hoje, há dezenas de modelos e valores. E há, principalmente, informação. Com isso, são de fato necessárias lei e multa? Lembrem-se: o projeto determina a multa em pontos, não em dinheiro. Acredito que seja o suficiente.
Fernando M. Serrano, engenheiro agrônomo (Maringá, PR)
Bolsonaristas X petistas
Muito interessante e preocupantes as reflexões de Luiz Felipe Pondé (“O Brasil irá à guerra?”). De suas análises depreende-se que na situação atual corremos sério risco de polarização, levando o país à exaustão. Qual a saída para o impasse? Reconhecimento pelos dois extremos dos riscos do faccionalismo, deixando a vaidade de lado e pensando no bem da nação. Humildade e prudência, recomenda Pondé aos nossos líderes. Cabe a pergunta: temos solução?
Ivan Chaves de Sousa (Ribeirão Preto, SP)
Método do presidente
Interessante a análise, mas mesmo o caos é determinista (“Em busca do método”, de Hélio Schwartsman). Lorenz afirmou e provou que pequenas modificações no estado inicial de alguns sistemas podem resultar em desfechos extremamente distintos, o chamado efeito borboleta. Parece que nossa vocação, como humanos, é relacionar causa e efeito, esperando determinado resultado. Para casos como o momento atual, precisamos deixar o determinismo de lado e recorrer às metodologias da ciência da complexidade.
Fernando Gomes (São Paulo, SP)
Cobrança por bagagens
Mantendo a analogia do presidente do Cade, ao tratar da franquia do despacho de bagagem, o restaurante passaria a cobrar pelo cafezinho que antes servia gratuitamente a todos os clientes e, em contrapartida, reduziria o preço da refeição (“Não existe sobremesa grátis”, de Alexandre Barreto de Souza). Assim, quem não gosta de café pagaria menos pelo prato que almoçou e, o que é importante, não pagaria pelo cafezinho dos outros. Entretanto não foi o que se viu. Bagagens, e não só elas, passaram a ser cobradas aos passageiros, e os preços dos bilhetes subiram.
Simão P. Marinho (Belo Horizonte, MG)
Dirigentes exonerados
O governo estadual poderia ter exonerado os dirigentes de ensino sem truculência e sem fazer tanto estardalhaço, só visando o efeito eleitoral (“SP exonera gestores de ensino após ‘entrevista de emprego’”). Pelos anos prestados à educação —todos eles foram professores, diretores—, mereciam mais consideração, não sendo tão humilhados. Custaria, sutilmente, entrar em contato com cada um deles, explicar a situação e solicitar que se demitissem?
Shigueyuki Yoshikuni (Lins, SP)
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