Leitor diz que Bolsonaro, Witzel e Moro devem estar justificando para si próprios a 'normalidade' do ocorrido no caso Ágatha

Para Paulo Oliveira, morte de Ágatha é possibilidade clara do estado de coisas que os três defendem

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Ágatha, 8
Desconfio que Jair Bolsonaro, com seus gestos ridículos de arminhas, Sergio Moro, com seu pacote que incentiva policiais a atirarem quase a esmo, e Wilson Witzel, com seus murros ao vento comemorando uma morte, devam estar agora, no trágico caso da garota Ágatha Félix, cada um a seu modo, justificando para si próprios a "normalidade" do ocorrido, já que é uma possibilidade clara do estado de coisas que defendem. Mas desconfio também de que seu cinismo os impeça de uma manifestação pública nesse sentido.
Paulo Roberto de Oliveira (São Paulo, SP)

Cruzes em homenagem a Ágatha Félix no Rio de Janeiro - Carl de Souza/AFP

Congratulo-me com os leitores Isaías da Silva, Geraldo Magela Sobrinho, Márcia Alves Ferreira, Kely Passos e José Felipe Ledur, que, em suas mensagens a esta seção, se referiram ao triste caso da menina Ágatha Félix, de 8 anos, assassinada no Rio de Janeiro. As palavras de todos eles exprimem a dor, a vergonha e a revolta dos brasileiros diante do morticínio de pessoas inocentes que ocorre praticamente todos os dias neste triste país.
José Claudio Faraco (Monte Sião, MG)


Todos os que acham que o combate à corrupção pode ser feito à margem da lei, todos os que um dia endossaram a ideia de que "direitos humanos" são "direitos dos manos", todos os que acham legal transformar "arminha com a mão" em um símbolo de campanha política têm parte da responsabilidade pelo assassinato da menina Ágatha.
Leandro Veiga Dainesi (Lorena, SP)

Ágatha, de 8 anos, é a quinta criança a morrer neste ano no Rio de Janeiro pelo fato de morar em uma favela. Ágatha por acaso confrontou a Polícia Militar do Rio, de dentro da kombi, com a sua boneca? O pior são o apoio e o incentivo do governador do estado, que deve ser processado na forma da lei por incentivar a ideia do "matar ou matar". Como escreveu Ruy Castro: "Nossos governantes têm fixação por homens armados e fardados" ("Maneiras de morrer"). Até quando iremos ver nossas crianças serem assassinadas sem tomarmos uma atitude?
Ary Geraldo Gomes Ribeiro (São Paulo, SP)

Independentemente da morte de mais uma criança no Brasil, seja pela polícia, seja por bala perdida, o excludente de ilicitude é uma aberração, uma espécie de licença para matar, seja a vítima culpada, seja ela inocente. É uma total distorção do direito penal e, principalmente, do Estado democrático de Direito, além de uma violação extrema dos direitos humanos no Brasil.
Paulo Sérgio Cordeiro Santos (Curitiba, PR)


Universidade paulista
A reportagem "USP, Unesp e Unicamp perdem mais de 10% dos professores em 4 anos" mostra a asfixia financeira pela qual passam essas universidades e a situação de seus docentes, que chegam a receber R$ 927 --valor bem distante dos salários milionários que a CPI instalada pela base do governo na Alesp tenta demonstrar. Aliás, a CPI quer culpar professores e uma suposta má gestão de recursos pela situação, mas, na verdade, o problema está na base de cálculo dos repasses, que fez com que as universidades perdessem R$ 5,3 bi em dez anos. Esse sim deveria ser o foco da CPI.
Maria Izabel Azevedo Noronha, deputada estadual (PT-SP), membro efetivo da CPI das Universidades na Alesp (São Paulo, SP)


Chico no Camões
"Bolsonaro é pressionado a não assinar prêmio Camões de Chico Buarque". Tenho uma aluna na graduação que, outro dia, estava apavorada, pensando que o nome de Bolsonaro estaria em seu diploma. Imagina o Chico...
Rica Luciana de Souza Silva (Juiz de Fora, MG)

Há um ditado que diz que "quem desdenha quer comprar". Petistas menosprezando a assinatura do presidente no diploma, dizendo desvalorizá-lo, para Bolsonaro se irritar e assinar. O presidente é um homem educado e vai fazê-lo, mesmo sem o dito-cujo merecer.
Erlane Jose Lacerda Pereira (São Paulo, SP)

Chico Buarque após visitar Lula na PF em Curitiba - Rodolfo Buhrer - 19.set.2019/Reuters

Aborto
Para este governo e seus seguidores, informação virou crime ("Revista faz reportagem sobre aborto e é denunciada por Damares"). Quem fornece dados científicos sobre desmatamento na Amazônia é demitido, livros didáticos com questões de gênero para adolescentes são confiscados e jornalistas que informam sobre como o aborto deve ser realizado de forma segura são denunciadas criminalmente --lembrando que nossa lei prevê aborto em certos casos. Vivemos tempos obscurantistas.
Beatriz R. Alvares (Campinas, SP)


Marilene Felinto
Ler o conto "Ao Vivo", de Marilene Felinto, na Ilustríssima de 22/9, fez-me lembrar a época em que gostava de ler suas crônicas no caderno Cotidiano. Era uma época em que eu esperava que as coisas fossem se acertar no país e que a integridade e os bons textos ainda valiam a pena. Espero que não seja só nostalgia minha e que mais talentos cheguem. Bem-vinda, Marilene.
Eduardo Martins (Belo Horizonte, MG)


Pedagogia a distância
O editorial "Longe da qualidade" aborda a expansão dos cursos a distância no ensino superior brasileiro. Com isso, reconhece-se expressiva queda na qualidade da formação oferecida. É necessário também destacar que a oferta de educação a distância proliferou intensamente nas licenciaturas de modo geral e nos cursos de pedagogia de modo particular. Ou seja, a formação de professores para a educação básica perdeu forma e conteúdo. Desastre duradouro à vista.
Marcos Cezar de Freitas, professor associado livre-docente da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Unifesp (Bragança Paulista, SP)


Concreto
O editorial "Concreto sem fim" afirma que as construtoras estão "sobrecarregando bairros" e que, provavelmente, a metrópole não estaria cobrando do setor imobiliário o suficiente em termos de outorga onerosa. Ninguém investe milhões em algo de que ninguém precisa. A verticalização inteligente nada tem a ver com adensamento. E quem arca com o preço da outorga é o adquirente da habitação. Moradia cara, em locais remotos, e déficit de habitações são o maior pesadelo urbanístico de qualquer município.
Basilio Jafet, presidente do Secovi-SP (São Paulo, SP) 


'Bacurau', o quadro
Ao ler, com atraso, a crítica negativa de Demétrio Magnoli ao excelente filme "Bacurau", lembrei-me da mulher que, diante de um quadro daquelas famosas mulheres de Henri Matissse, observou: "Essa mulher tem uma perna menor do que a outra". Ao que o artista, que estava próximo, disse-lhe: "Minha senhora, isso não é uma mulher, é uma pintura".
José Luiz L. Libonati (Recife, PE)


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