Bolsonaro e o vídeo
("Bolsonaro diz que general Ramos se equivocou sobre menção à PF e anuncia fim das reuniões ministeriais", Poder, 13/5). Acabar com reuniões ministeriais? Tem que acabar é com reuniões ministeriais para advogar em causa da família.
Carlos Gastal (Curitiba, PR)
Quero ver se a mais alta corte do país vai engolir esse jogo de falas de Bolsonaro, que não assume nunca o que diz ou faz. A perícia já foi realizada no vídeo? As transcrições já foram todas analisadas? Ficar nesse "disse me disse" é incabível, visto o vídeo ser a prova principal. Prova testemunhal é a mais fraca de todas as provas.
Andrea Simone B. Dias (Recife, PE)
Como pode um presidente falar que houve fraude nas eleições e ficar por isso mesmo? Falar de erro na contagem de mortos e "tudo bem"? Apoiar manifestações antidemocráticas e "ok"? O ministro da Justiça saiu porque o presidente queria ter influência na PF e ainda assim não dá para pensar em impeachment? O que falta? Um cabo e um soldado?
Karina Akemi Issagawa (São Paulo, SP)
É isso aí
É isso que aí está o que desejavam os militares no poder? A venezuelização do país? É isso que aí está o que queriam aqueles eleitores incautos ou dolosos quando elegeram esse senhor? Os números e os fatos estão aí: incompetência, corrupção, desgoverno... Números, é no que nos tornamos, CPFs desconhecidos, que a pandemia só faz confirmar. Retrocederemos à Idade Média? Vai passar, assim como a pandemia que nos assola. Mas a que custo?
Gilberto Antônio Bastia Neves (Santa Isabel, SP)
E os generais que se colocavam como poder moderador, paladinos da moral e contra a corrupção? Agora têm que se submeter aos caprichos e desequilíbrios do presidente. Vão ter que escolher: ou deixam de dar aval ao circo ou cairão juntos no limbo da história.
Denise Messer (Rio de Janeiro, RJ)
Auxílio emergencial
É muita desfaçatez Bolsonaro afirmar que a demora do pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 se dá por golpes ou erros dos trabalhadores. O atual governo maltrata desempregados, aposentados e informais como nenhum outro fez antes. Não bastasse a pandemia —que está matando especialmente os mais pobres--, o governo ainda castiga com filas quilométricas quem precisa matar a fome.
Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores, São Paulo, SP)
Hospital no estádio
Parabéns à TV Folha pela reportagem sobre o hospital de campanha instalado no estádio do Pacaembu, em São Paulo. Nada apelativo, muito sensível e muito humano. No final do vídeo aparecem os nomes dos jornalistas Artur Rodrigues, Mariana Goulart e Victor Parolin. O trabalho foi um show de bola deles e dos profissionais de saúde do hospital. Em muito breve voltaremos a ver jogos de futebol no local. Que delícia será.
Jaime Pereira da Silva, jornalista (São Paulo, SP)
Alento no pesadelo
Extraordinário o texto de Gregório Duvivier desta quarta-feira ("A morte vem de jet ski", Ilustrada, 13/5). As conexões com o seriado "A máfia dos tigres" são hilárias, assim como aquelas com os outros presidentes da República. Gregório tem toda a razão: a morte vem de jet ski —e dando cavalo de pau. Alguém neste país ainda usa o cérebro. Se não dá para comemorar, pelo menos essas risadas são um alento dentro do pesadelo.
Amanda Visani, professora (São Paulo, SP)
Ruy Castro
Parabéns ao colunista Ruy Castro por mais um brilhante artigo ("E se Bolsonaro pegar Covid?", Opinião, 13/5). Traduzindo ao pé da letra, é o sentimento de grande parte dos brasileiros.
Marcos (Nasi) Valadão, vocalista do grupo Ira! (São Paulo, SP)
Toffoli
O excelente articulista Conrado Hübner Mendes tem apontado a diminuição moral que o ministro Dias Toffoli impõe ao STF quando pretende selar um pacto com o Poder Executivo ("Toffoli dança com Regina no precipício", Poder, 13/5). Tal pacto talvez possa ser explicado pela existência de mais um projeto de poder em andamento, ou seja, a trilha que Moro poderia traçar já está sendo traçada. Nada mal para um ex-advogado do PT que escapou ileso do Mensalão e da Lava Jato e foi alçado muito jovem ao coração de um dos Poderes. Às vezes a história parece ser escrita por ela própria.
Marcelo Silva Souza (São Vicente, SP)
Parabenizo o colunista Conrado Hübner Mendes pela excelente caracterização do ministro Dias Toffoli. Assino embaixo.
Lenina Pomeranz, professora da FEA-USP (São Paulo, SP)
Sérgio Sant'Anna
Como me sinto culpado por ainda não ter lido as obras de Sérgio Sant'Anna. Sinto-me culpado também por ter deixado de lado Rubem Fonseca. Culpado, confesso, por ter preferido os clássicos franceses e praticamente esquecido que nós temos o que há de melhor na literatura mundial. Eu me penitencio com a obrigação de reabastecer minha modesta biblioteca com Sant'Anna, Fonseca, mais Machado de Assis e Guimarães Rosa. Tenho tanta vergonha e culpa por esperar todo esse tempo... Peço perdão!
Jorge André dos Santos Fischer (Tremembé, SP)
Escárnio
É um escárnio o desfecho do caso do funcionário da Prefeitura de São Paulo Hussain Aref Saab, que acumulou 106 imóveis em sete anos de trabalho ("Após anulação na Justiça, Prefeitura de SP arquiva inquérito contra ex-diretor milionário" Cotidiano, 13/5). No Brasil, o crime compensa, e está cada vez mais difícil acreditar que exista de fato Justiça. A falta de confiança corrói as fundações do país, que está à beira do colapso.
Elcio Cabral Melo (Ubatuba, SP)
Moda
Parabenizo o jornalista Roberto de Oliveira pela reportagem "Grifes apostam em máscaras de estilo e lucram com a pandemia" (Ilustrada, 12/5). O texto valoriza a criatividade, as diversidades e as trajetórias de jovens profissionais da moda brasileira e seus pequenos negócios diante da realidade da pandemia, inclusive em relação à consciência social --exatamente o oposto do que vemos em algumas grifes famosas.
Tarcisio D'Almeida, professor-doutor do curso de design de moda da UFMG (Belo Horizonte, MG)
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