Que o Brasil é um país desigual não é novidade para ninguém. Mas nem todos se dão conta de que o desequilíbrio social também se manifesta para além de pontos mais comumente discutidos, como acesso a moradia, alimentação e educação.
A menstruação é um deles. Enquanto algumas pessoas têm a oportunidade de testar itens ecologicamente corretos como calcinhas-absorventes, parte da população sequer tem acesso aos absorventes descartáveis comuns. A chamada pobreza menstrual já fez 28% das mulheres brasileiras faltarem às aulas por não terem dinheiro suficiente para comprar o item de higiene, que pode ser comprado por menos de R$ 5.
O preconceito relacionado a um ciclo biológico natural é tão intenso que quase metade dessas mulheres dizem ter tentado esconder o real motivo de sua ausência. O tabu ainda é bastante presente na sociedade.
Nesta quinta-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou a distribuição gratuita de absorventes que constava em projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados em agosto e pelo Congresso em setembro.
Nas razões para veto, o governo federal alega que os artigos do projeto de lei não indicam a fonte de custeio ou medida compensatória, o que violaria a Lei de Responsabilidade Fiscal.
O presidente manteve apenas a criação do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual como "estratégia para a promoção da saúde e atenção à higiene", com o objetivo de "combater a precariedade menstrual" por meio de campanha informativa sobre saúde menstrual.
Frente a tudo isso, queremos ouvir de você, leitora ou leitor que menstrua: sofre ou já sofreu com a falta de acesso a absorventes? Se sim, como lida/lidou com a situação? O que usa/usou para substituir? Para participar, basta preencher este formulário com seus dados e a sua história. Publicaremos algumas respostas.
Agradecemos desde já a participação.
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