Entrevista
A entrevista que a Globo fez com o candidato Jair Bolsonaro foi um espetáculo deprimente e politicamente improdutivo que acabou tumultuando ainda mais o processo eleitoral. Não houve entrevista; houve um procedimento inquisitorial voltado a destruir a candidatura do entrevistado. O cenário parecia a oitiva de réu em audiência judicial. Espero que os próximos entrevistados não venham a ser inquiridos, mas que tenham a liberdade de apresentar suas plataformas de governo e suas propostas de equacionamento para os grandes desafios nacionais.
Jayme de Almeida Rocha Netto (Campinas, SP)

O que era aquela cola grosseira na mão de Bolsonaro durante a entrevista ao JN? Theodor Adorno, em "Minima moralia", diz, num aforismo: "O antissemitismo é o rumor sobre os judeus". A cola de Bolsonaro é o rumor sobre os "esquerdistas". Bolsonaro, assim como toda a política de extrema direita, precisa criar um inimigo da pátria e atacá-lo violentamente para se realizar. A cola de Bolsonaro é a marca da violência inerente às políticas de extrema direita, sempre.
Enrique e Belinda Mandelbaum (São Paulo, SP)

Não sou eleitora de Bolsonaro, mas reconheço que, na entrevista no Jornal Nacional, o clima tenso (já previsto) ficou pior para a Globo. Foram 40 minutos de embate que em nada contribuíram para conhecermos as propostas do candidato para um possível novo governo. Bolsonaro é sempre impulsivo, mas a equipe do JN teve muito tempo para se preparar e selecionar questões mais aprofundadas sobre nosso país, que revelassem mais sobre o candidato. Não fez isso. Agora o "desserviço", sempre usado para atacar o presidente, volta-se contra a emissora.
Maria de Lourdes Mancilha Nunes Matos (Itajubá, MG)

Não sei o que foi mais triste de ver na entrevista com Bolsonaro na Globo. O sabatinado ou os sabatinadores. Despreparo dos dois lados e conteúdo zero. Ganhou a emissora pela audiência, nada mais.
Arlindo Carneiro Neto (São Paulo, SP)

Contra um golpe
"Moraes atende PF e autoriza ação contra bolsonaristas que defenderam golpe em mensagens privadas" (Política, 23/8). Parabéns, ministro. Esses caras usam a democracia para atacar e tentar destruir a democracia. Eles certamente têm liberdade para defender seus candidatos, democraticamente, mas não têm o direito de rasgar a Constituição. O presidente falar em liberdade de expressão é no mínimo vergonhoso.
Marco Aurélio Pinheiro Lima (Campinas, SP)

Que a nossa elite é a representante maior do atraso eu nunca tive nenhuma dúvida. O que me causa perplexidade é o pobre de direita que se acha parte da elite. Não tem a menor ideia do que uma nova ditadura poderia causar a ele e a seus próximos.
Felipe José Fernandes Macedo (São João del-Rei, MG)

Não existe dispositivo na Constituição para retirar esse sujeito nojento do Supremo?
José Ademir Nunes (Cerquilho, SP)

"Ordem e Progresso", está escrito na bandeira. A frase mostra o nosso espírito em relação à democracia. O que está acontecendo em nosso país? Não era assim, sempre lutamos juntos, lado a lado, para fazer de nosso país um lar para todos. Entrou o governo de Bolsonaro e o ódio tomou conta de nós. Não adianta falar que Deus está acima de todos se vamos entregar nosso sonho de ser uma grande nação para um grupo de doidos.
Guilherme Torres Godoy (Paranaíba, MS)

Fake news
Interessante o texto "Os pássaros são de mentira" (Suzana Herculano-Houzel, 22/8). Certamente precisamos pensar em maneiras mais efetivas para combater as fake news. Mas não concordo que o caminho seria disseminar novas mentiras, mesmo que absurdas, como a que foi apresentada. Por mais duro que seja, todos devem procurar apresentar dados corretos e concretos da forma mais compreensível possível, mas nunca sabidamente erradas. Nivelar por baixo nunca é bom.
Alexander Kellner (Rio de Janeiro, RJ)

A sete chaves
Um coração trancado a sete chaves: que imagem perfeita para os dias que correm... ("Coração de dom Pedro 1º chega a Brasília para celebrações dos 200 anos de Independência", Cotidiano, 22/8).
Sérgio Becker (São Paulo, SP)

Não entendi
A Justiça de São Paulo decidiu que uma dívida pode ser cobrada após cinco anos (Mercado, 22/8), diferentemente do que fiz o Código Civil Brasileiro. Não entendi. O TJ-SP não está lá para cumprir o código?
João Pastina Neto (Pereiras, SP)

Educação paulista
Faltou dizer no editorial "Gargalos do ensino" (Opinião, 22/8) que, em 30 anos de governos tucanos em São Paulo, escassearam os investimentos na formação dos professores, entre outras omissões educacionais.
Jonas Nilson da Matta (São Paulo, SP)