Nesta semana, a fala do presidente Lula (PT) comparando ao Holocausto a situação do povo palestino na Guerra Israel-Hamas causou um incidente diplomático de grandes proporções. A declaração estremeceu as relações já delicadas entre Israel e Brasil.
O mandatário brasileiro foi declarado "persona non grata" pelo governo de Binyamin Netanyahu, que disse que a comparação "cruzou linha vermelha". Em janeiro, o governo já tinha declarado apoio à denúncia da África do Sul contra Israel na Corte de Haia.
A nova declaração é a última de uma série de posicionamentos que não agradam o primeiro-ministro israelense.
Também causaram mal-estar a declaração de que a Ucrânia é tão responsável quanto a Rússia pela guerra no leste europeu, a responsabilização dos Estados Unidos e da Europa pela continuação do conflito e o posicionamento em relação à morte de Navalni, principal opositor de Putin.
No ano passado, o presidente também declarou que a democracia é relativa quando perguntado sobre as eleições na Venezuela. Ele mantém relações próximas com o ditador Maduro e chegou a chamar ditadura venezuelana de "narrativa".
Em contrapartida, Lula atuou para frear a escalada do conflito que se desenhava entre Venezuela e Guiana, fez um aceno pragmático ao governo de Milei e conseguiu ampliar relações diplomáticas pelo mundo por meio de suas viagens internacionais.
Em abril de 2023, Lula foi recebido por Xi Jinping em Pequim, ocasião em que 15 acordos foram firmados entre os países, com investimentos em infraestrutura e parcerias público-privadas. O dirigente chinês declarou que a relação com o Brasil é prioridade.
Colocando tudo isso na balança, conte para a Folha, leitor, como você avalia os posicionamentos diplomáticos de Lula desde o início do terceiro mandato? Acha que as falas poderiam ser mais contundentes ou mais comedidas? Na sua opinião, como o atual governo está se saindo na política externa?
Conte para a Folha neste formulário. Algumas respostas podem ser publicadas no Painel do Leitor e divulgadas nas redes sociais da Folha.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.