CPI indicia 150 pessoas por ligação com milícias no Rio
Os nomes de 150 pessoas aparecem entre os indiciados por ligação com bandos armados pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Alerj (Assembléia Legislativa do Rio). Políticos, bombeiros, policiais, militares e agentes penitenciários estão entre os membros de milícias que dominam mais de 170 regiões do Rio.
Nesta quinta-feira, o relator Gilberto Palmares (PT) afirmou que o texto das investigações tem mais de 300 páginas e foi aprovado pelos deputados ontem. A CPI pretende detalhar seu relatório final nesta sexta-feira.
As acusações contra os suspeitos incluem desde homicídio a extorsão. Ao menos mil denúncias constam no relatório aprovado.
Os deputados esperam votar o relatório final no plenário até o final deste mês e, se aprovado, encaminhá-lo ao governo do Estado, à secretaria estadual de Segurança e ao Ministério Público.
"Tivemos muitos depoentes, informações colhidas e, além do corpo do relatório, que é muito consistente, temos ainda os anexos que, entre outros resumos, trazem estudos de acadêmicos e informações do Disque Milícia", afirma Palmares.
As milícias são grupos paramilitares organizados geralmente em favelas e cobram "mensalidades" de moradores das comunidades em troca de segurança.
Durante a CPI, os deputados ouviram diversos políticos suspeitos de envolvimento com as milícias.
Entre os indiciados estão três vereadores (Luiz André Deco, do PR; Jerônimo Guimarães, o Jerominho, do PMDB; e Nadinho de Rio das Pedras, do DEM) e dois vereadores eleitos (Cristiano Girão, do PMN; e a filha de Jerominho, Carminha Jerominho, do PT do B).
Também foram indiciados o deputado estadual Natalino Guimarães (ex-DEM, hoje sem partido), irmão de Jerominho, e o ex-chefe da Polícia Civil e deputado estadual cassado Álvaro Lins (PMDB). Todos os indiciados negam as acusações.
Jerominho, Natalino e Lins estão presos. Os irmãos, acusados de comandar a milícia Liga da Justiça, foram transferidos há uma semana, com outros oito supostos milicianos, de Bangu 8 para a penitenciária de segurança máxima de Campo Grande (MS).
Com Folha de S.Paulo
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