O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), pré-candidato ao governo estadual, minimizou as críticas à pré-campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República, afirmando nesta sexta-feira (15) que o tucano tem posição consolidada e é apoiado por todo o partido.
“É natural que neste momento com 20 candidatos haja uma diluição de intenção de votos”, disse. Alckmin aparece com 7% nas intenções de voto na última pesquisa Datafolha –o índice mais fraco do PSDB em quase 30 anos.
“Quando a campanha engrenar, nós teremos a figura do Geraldo subindo em posições de ponta até porque ele é o candidato de centro que tem mais condições de ir ao segundo turno e, por consequência, vencer as eleições”, completou.
A respeito do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que não tem aparecido nos eventos de campanha de Anastasia, o pré-candidato ao governo mineiro disse que ele prestou relevantes serviços a Minas, mas que agora está concentrado em sua defesa.
Anastasia deixou em aberto a possibilidade de Aécio concorrer a algum cargo, embora Alckmin já tenha descartado a hipótese.
Aécio é réu no Supremo Tribunal Federal por corrupção passiva e obstrução de justiça. Anastasia deixou em aberto a possibilidade de Aécio concorrer a algum cargo, embora Alckmin, que preside o PSDB, já tenha afirmado que o senador não deveria concorrer.
Anastasia participou nesta sexta (15), ao lado de outros pré-candidatos ao governo de Minas e presidenciáveis, de um evento de empresários, realizado em Tiradentes (MG) pelo grupo Lide e pelo Grupo VB Comunicação.
Em sua palestra ao empresariado, respondeu à insatisfação com desvios e condutas equivocadas, ressaltando que vive exclusivamente de seu salário de senador. “Cada um responda perante a Justiça pelo que fez. Cada qual tem seu CPF. Uma vez acusado, que responda. Também ninguém pode ser condenado sem provas.”
Anastasia tem o apoio do PPS, do PSC, do PTB e do PSD, partido do seu pré-candidato a vice, o deputado federal Marcos Montes. Nas vagas para o Senado, são cogitados os nomes de Dinis Pinheiro (SD) e do jornalista Carlos Vianna (PHS) para compor a chapa.
DISCURSOS
Em seu discurso, Anastasia defendeu a vocação à carreira pública, afirmando que não deve haver uma oposição entre o empresariado e o estado. “Uma sociedade desenvolvida não existe sem um estado eficiente e adequado. [...] Vivemos um momento de antagonismo que chega às raias do ódio e isso não pode ocorrer.”
Assim como todos os pré-candidatos palestrantes, Anastasia pregou o fim de privilégios a políticos e autoridades e enfatizou que abriu mão de sua aposentadoria como ex-governador –cada político enumerou as verbas às quais renunciou.
Também pré-candidato ao governo de Minas, o deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM) afirmou ser preciso reduzir a burocracia e ampliar a segurança jurídica para empreendedores. Defendeu ainda a redução da carga tributária e o enxugamento da máquina pública.
O ex-prefeito de BH Márcio Lacerda, que concorre ao Palácio da Liberdade pelo PSB, vê a geração de emprego e renda como solução para ampliar a arrecadação e manter um governo sustentável. Romeu Zema (Novo) afirmou que o novo jeito de fazer política não será inventado por aqueles que já estão comprometidos com o sistema atual.
Entre os presidenciáveis, Ciro Gomes (PDT) afirmou que o endividamento de famílias e empresas e a crise fiscal travam o crescimento do país. Ele pregou a reindustrialização em setores como bionergia, construção civil, defesa e petróleo como solução.
Ciro foi aplaudido ao criticar o pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL) e os juízes e procuradores, chamando-os de “donos da verdade” e “maior chibata moral da nação”. Ele afirmou ser preciso recuperar a autoconfiança que o Brasil tinha na década de 1950.
O pré-candidato ao Planalto pelo Novo, João Amoêdo também foi bastante aplaudido pelos empresários, principalmente quando disse que seu partido não usa dinheiro público. “O sistema é feito para manter e perpetuar quem está no poder.”
Álvaro Dias (Podemos) defendeu a refundação da República e um governo suprapartidário, dizendo que uma minoria assalta o poder e explora o esforço de empresários e trabalhadores. Também pregou reformas e o fim do foro privilegiado.
Paulo Rabello de Castro (PSC), ex-presidente do BNDES, pediu uma revisão da Constituição que inclua as reformas que considera necessárias.
Todos os pré-candidatos ao Planalto e ao governo de Minas foram convidados para palestrar. Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB) eram esperados, mas desmarcaram, assim como o governador e candidato à reeleição Fernando Pimentel (PT).
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