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Após pacto com PSB, Gleisi tem fala sufocada por apoiadores de Marília Arraes

Senadora diz que PT quer conversar com PCdoB de Manuela D'Ávila e PDT de Ciro Gomes

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Curitiba

A senadora Gleisi Hoffmann (PT) precisou elevar a voz ao explicar para jornalistas a decisão do partido que abriu mão da candidatura de Marília Arraes (PT) em Pernambuco, em troca da neutralidade do PSB a nível nacional. Isso porque, durante a fala da presidente do PT, apoiadores de Marília gritavam, acompanhados por bateria: "Em Pernambuco eu boto fé, ele vai ser governado por mulher".

Foi a primeira vez que movimentos de esquerda reagiram a lideranças do partido em frente à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está preso. Gleisi foi visitá-lo na tarde desta quinta-feira (2).

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A senadora Gleisi Hoffmann (PR) no plenário do Senado - Pedro Ladeira/Folhapress

Os manifestantes fazem parte da Caravana Semiárido contra a Fome e relataram ter viajado cinco dias em dois ônibus para chegar à capital paranaense. Dizendo acreditar na candidatura de Marília, por ter sido consolidada junto aos movimentos sociais, os ativistas —em geral jovens— levavam consigo os dizeres "Não apoiamos golpistas, a militância é Marília Arraes PT". 

À jornalistas, Gleisi argumentou que a articulação já acontecia desde o ano passado e que sempre foi clara e aberta. "Não vamos enfrentar os retrocessos se a gente não tiver uma articulação de centro-esquerda. O PT sozinho não consegue isso", disse.

Ela também afirmou que o ideal teria sido uma aliança formal com o PSB, mas que isso não foi possível. "Claro que é ruim para a gente, do ponto de vista regional de Pernambuco, abrir mão de uma candidatura como a de Marília, mas temos um projeto nacional."

Questionada se ainda é possível conversar com o PCdoB, que oficializou a candidatura de Manuela D'Ávila nesta quarta-feira (1), a senadora respondeu que as negociações continuam e que também é interessante uma aproximação com o PDT de Ciro Gomes. O pedetista tentava aliança com o PSB e foi prejudicado pela decisão de neutralidade.

"Estamos conversando com o PCdoB, que deixou aberta sua ata. É o que pretendemos também, remeter a decisão da vice de Lula para a executiva. Queremos conversar com o PDT também", afirmou a petista.

Nesta quinta, em São Paulo, Ciro disse que a retirada de Marília Arraes da disputa de Pernambuco foi um golpe e rechaçou a possibilidade de ser vice de Lula (ou do candidato que vier a substituí-lo). "Eu acho uma aberração. O PT é um dos grandes responsáveis pela tragédia que o Brasil está vivendo neste momento."

Na quarta-feira (1º), PT e PSB decidiram sacrificar candidaturas estaduais em um acordo que definiu a neutralidade nacional do PSB, isolando Ciro. O PSB abriu mão da candidatura de Márcio Lacerda em Minas Gerais, enquanto o PT desistiu da de Marília, em Pernambuco.

Na mesma noite, Marília Arraes afirmou que não desistirá da disputa, dizendo acreditar que o recurso remetido ao Diretório Nacional, na tentativa de reverter a decisão da Executiva Nacional, será acolhido. O acordo abriu espaço para a reeleição do atual governador, Paulo Câmara (PSB).

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