Relembre os que deixaram o governo após método de fritura por Bolsonaro

Levy, Vélez e Bebianno já foram vítimas de críticas públicas feitas pelo presidente

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São Paulo

Em apenas quatro dias, três pessoas deixaram o governo de Jair Bolsonaro (PSL). Saíram de seus cargos o general Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo, Juarez de Paula Cunha, presidente dos Correios, e Joaquim Levy, presidente do BNDES.

Os três desembarques foram acompanhados por frituras públicas promovidas por Bolsonaro. Sergio Moro, ministro da Justiça, também ouviu o presidente dizer, nesta semana, que não confiava 100% nele.

A lavagem pública de roupa suja se tornou um marco do governo. Abaixo, veja quem já foi "fritado" por Jair Bolsonaro. 

 

O ex-ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno - Pedro Ladeira-15.fev.19/Folhapress

Gustavo Bebianno, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência
Logo após a revelação do escândalo de candidaturas laranjas no PSL, em 4 de fevereiro, Bebianno foi acusado por Carlos Bolsonaro, filho do presidente, de ter mentido ao dizer que tratou do assunto com Bolsonaro. A alfinetada foi endossada pelo presidente, o que deu início a uma crise política. Como Bebianno recusava-se a pedir demissão, o presidente terminou por exonerá-lo, em 18 de fevereiro.

Ricardo Vélez Rodríguez - Amanda Perobelli-5.abr.19/Reuters

Ricardo Vélez Rodríguez, ex-ministro da Educação
Em meio à longa crise que se instalou no MEC, com demissões e idas e vindas em medidas tomadas por Vélez, Bolsonaro lançou indiretas ao ministro durante entrevistas e chegou a afirmar que estava avaliando sua demissão. Em 5 de abril, uma sexta-feira, disse a jornalistas que “segunda-feira vai ser o dia do 'fico ou não fico'". Vélez foi efetivamente demitido em 8 de abril.

General Santos Cruz - Adriano Machado-20.mai.19/Reuters

Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo
Em maio, Santos Cruz foi xingado por Olavo de Carvalho, considerado o guru de Bolsonaro, por uma entrevista em que o general falava sobre disciplinar o uso das redes sociais. Dias depois, no Twitter, Bolsonaro afirmou que no seu governo não haveria regulamentação das mídias sociais.

Em meio a embates entre Olavo, Santos Cruz e a ala militar do governo, o presidente adotou postura dúbia: em entrevistas, preferiu um tom apaziguador. Nas redes sociais, fez elogios ao escritor e disse que ele tinha direito de fazer críticas.

O general também foi alvo de diversos ataques nas redes orquestrados por Carlos Bolsonaro, filho do meio do presidente. Santos Cruz foi demitido na última quinta (13).

Juarez de Paula Cunha (à direita), ao lado do ministro da Ciência, Marcos Pontes - Bruno Peres-9.jan.19/MCTIC

Juarez de Paula Cunha, ex-presidente dos Correios
A demissão de Cunha foi anunciada pelo presidente em um café da manhã com jornalistas na sexta (14). Bolsonaro disse que ele agiu como sindicalista ao ir ao Congresso no dia 5 e fazer críticas à privatização dos Correios.

Joaquim Levy - Pilar Olivares-8.fev.19/Reuters

Joaquim Levy, ex-presidente do BNDES
No sábado (15), Bolsonaro disse que estava “por aqui” com Levy por ter nomeado para a diretoria de Mercado de Capitais do banco o advogado Marcos Barbosa Pinto, que atuou em governos do PT. Na ocasião, o presidente também disse que Levy estava com a cabeça a prêmio há algum tempo e que seria demitido caso não voltasse atrás na nomeação.

Neste domingo (16), Levy, que foi ministro da Fazenda de Dilma Rousseff (PT), pediu demissão.

Sergio Moro - Sergio Lima-14.jun.19/AFP

Sergio Moro, ministro da Justiça
A relação entre Moro e Bolsonaro passou por diversos percalços. Em fevereiro, o ministro foi obrigado por Bolsonaro reverter a nomeação de Ilona Szabó, especialista em segurança pública, para um conselho sobre política carcerária.

Em maio, Bolsonaro disse que tinha prometido a Moro uma vaga no STF, mas dias depois voltou atrás e afirmou que não havia nada combinado.

No sábado (15), ao comentar o episódio da troca de mensagens entre Moro e Deltan Dallagnol, procurador da Lava Jato, o presidente defendeu o ministro, mas disse que não confiava 100% nele.

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