Policial, influencer e novatos puxam lista de vereadores de SP pré-candidatos a deputado

Ao menos 13 parlamentares decidiram ou estudam concorrer à Câmara dos Deputados ou à Assembleia Legislativa

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São Paulo

Ao menos 13 dos 55 vereadores paulistanos já fecharam negociação ou são cotados para disputar neste ano uma vaga para a Câmara dos Deputados ou a Assembleia Legislativa de São Paulo.

As negociações ainda estão a todo vapor, e a lista pode crescer. Por enquanto, entre os nomes de possíveis candidatos estão influencers, policiais, novatos na política e alguns dos donos das mais expressivas votações da Casa.

Com tantos nomes na disputa, além dos que se engajarão na campanha de outros candidatos, o período útil para votações importantes deve ser espremido até o meio do ano.

Plenário da Câmara dos Deputados - Antonio Molina-21.dez.21/Folhapress

Na lista de possíveis candidatos, que inclui vereadores já decididos e outros em fase de estudos da candidatura, há cinco políticos em primeiro mandato.

São eles Delegado Palumbo (MDB), Felipe Becari (PSD), Erika Hilton (PSOL), Rubinho Nunes (Podemos) e Marlon Luz (Patriota), todos cotados para disputa à Câmara dos Deputados.

Entre os novatos na política, quem se saiu melhor nas urnas foi Palumbo, dono de 118 mil votos e terceiro mais votado da Câmara.

Amigo do apresentador José Luiz Datena e figurinha frequente no programa de jornalismo policial, ele é do mesmo partido do prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB). No entanto, vem fazendo críticas fortes ao prefeito e gera incômodo ao MDB municipal, que tem Nunes como principal figura.

Outro estreante que deve tentar uma vaga na Câmara dos Deputados é Marlon Luz (Patriota), conhecido como Marlon do Uber.

Neste ano, o vereador e youtuber seguirá nos holofotes ao longo da CPI dos Aplicativos, que tem como objetivo investigar a ação de empresas de tecnologia na cidade.

Delegado Palumbo, eleito com mais de 100 mil votos na Câmara Municipal de SP, posa para foto fardado com roupa da Rota e segurando uma arma estilo mmetralhadora
Delegado Palumbo, eleito com mais de 100 mil votos na Câmara Municipal de SP - Reprodução/Instagram@delegadopalumbo

Presente em boa parte das discussões polêmicas da Casa, o ex-integrante do MBL Fernando Holiday (Novo) confirmou sua pré-candidatura à Câmara. Aos 25 anos, ele está em seu segundo mandato na Casa. Pela primeira vez, concorrerá com alguns dos seus ex-colegas de movimento.

Rubinho Nunes, membro do MBL e conhecido por ser o advogado do movimento, vai disputar uma vaga na Câmara pelo Podemos.

Ele afirma que o deputado federal Kim Kataguiri, também chegando à nova sigla e que deve disputar a reeleição, participou da construção da candidatura.

O vereador deixou o PSL na esteira de outros integrantes do movimento, que devem engrossar as fileiras do ex-juiz Sergio Moro (Podemos) em sua tentativa de se firmar como terceira via na disputa presidencial.

"Consegui cumprir praticamente todas as pautas de campanha e entendo a necessidade de compor uma bancada robusta [de oposição] para a possibilidade da reeleição de Jair Bolsonaro ou nova eleição do Lula", diz o vereador, que considera a oposição feita hoje por alguns partidos como capenga e de fachada.

O policial e influencer pró-animais Felipe Becari também está entre os cotados para uma vaga na Câmara.

Dono de quase 100 mil votos, ele tem como ativo eleitoral a capilaridade nas redes, com 1,6 milhão de seguidores no Instagram. Além do noticiário político, também é personagem frequente do jornalismo de fofocas, após anúncio de namoro com a atriz e ex-BBB Carla Diaz.

A equipe de Becari, no entanto, afirma que ele ainda analisa se vai disputar a eleição e que, por enquanto, a possibilidade é remota. O tom reticente desaparece entre colegas de Casa do vereador, para os quais já é quase certo que o influencer deverá disputar eleições neste ano.

Na esquerda, Erika Hilton (PSOL) também é tida como uma candidata a puxadora de votos, mas o assunto ainda está sendo negociado no partido.

Partidos como o PSOL precisam de uma bancada expressiva para não serem abatidos pela chamada cláusula de barreira, que tira verbas públicas e espaço na propaganda daqueles que não conseguirem um desempenho mínimo nas eleições para a Câmara.

Ainda no PSOL, o professor Toninho Véspoli deve tentar uma vaga na Assembleia Legislativa.

Já o PT, em busca de ampliar sua bancada em um eventual governo Lula, é a sigla com mais nomes entre os cotados para a disputa. São quatro parlamentares no total, metade da bancada do partido na Casa.

Para deputado federal, devem sair Alfredinho e Juliana Cardoso. Um terceiro vereador do partido, o veterano Antonio Donato, ex-presidente da Câmara Municipal, tentará uma vaga na Assembleia.

"No meu caso, sou primeiro suplente a deputado federal do PT. Foi decisão do coletivo e contou com a simpatia e apoio da direção do PT entendendo a necessidade de formar uma chapa forte para a gente dar apoio ao nosso pré-candidato Lula e dar sustentação no governo caso vença", disse Alfredinho à Folha.

A situação mais incerta é em relação a Eduardo Suplicy, que ainda não fechou se vai disputar a eleição deste ano e, em caso positivo, para qual cargo.

No entanto é um desejo do PT que Suplicy dispute as eleições, por ser tradicionalmente um grande puxador de votos. Na Câmara, ele obteve 167 mil votos nas eleições, sendo o campeão de eleitores.

Suplicy gostaria de concorrer ao Senado, mas a vaga faz parte dos planos para negociação para o PT.

Como o vereador se acostumou à vida em São Paulo, haveria mais chance de ele concorrer à Assembleia do que à Câmara, dizem pessoas que trafegam em seu núcleo político.

Outro político da velha-guarda, o ex-deputado federal Missionário José Olímpio (DEM) deve tentar voltar à Câmara. Isac Félix (PL), próximo do ex-ministro e vereador Antonio Carlos Rodrigues, deve tentar uma vaga na Assembleia.

Segundo mais votado da Casa, o presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), não concorrerá a deputado. No entanto não está descartado que ele possa ser vice de Rodrigo Garcia (PSDB), na disputa ao Governo de São Paulo.

De olho no calendário eleitoral, os vereadores devem votar a maioria dos projetos previstos no primeiro semestre. O mais importante deles, a revisão do Plano Diretor, com regras para o crescimento da cidade, porém, deve ficar para o segundo.

Veja cargos para os quais os vereadores são cotados

  • Delegado Palumbo (MDB) - deputado federal *
  • Alfredinho (PT) - deputado federal
  • Juliana Cardoso (PT) - deputada federal
  • Antonio Donato (PT) - deputado estadual
  • Fernando Holiday (Novo) - deputado federal
  • Felipe Becari (PSD) - deputado federal *
  • Missionário José Olímpio (DEM) - deputado federal
  • Rubinho Nunes (Podemos) - deputado federal
  • Erika Hilton (PSOL) - deputada federal *
  • Toninho Vespoli (PSOL) - deputado estadual
  • Marlon Luz (Patriota) - deputado federal
  • Eduardo Suplicy (PT) - deputado estadual ou federal *
  • Isac Félix (PL) - deputado estadual

* Estuda candidatura ou está em tratativas com o partido

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