Datafolha: 51% dizem não votar em Bolsonaro de jeito nenhum, ante 39% em Lula

Empatados em terceiro lugar, Ciro é rejeitado por 24% e Simone Tebet, por 14%

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São Paulo

O índice de rejeição dos candidatos a presidente seguiu estável na mais recente pesquisa do Datafolha, com 51% dos eleitores afirmando que não votam de forma alguma no presidente Jair Bolsonaro (PL).

O líder na corrida eleitoral, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcou 39% de rejeição. Empatados na terceira colocação da disputa, Ciro Gomes (PDT) tem 24%, e Simone Tebet (MDB), 14%.

Na montagem, Bolsonaro e Lula
Na montagem, Bolsonaro e Lula - Anderson Riedel/PR e Bruno Santos/ Folhapress

Pesquisa anterior, realizada na semana passada, apontou níveis semelhantes: Bolsonaro oscilou um ponto para baixo, saindo de 52%, e Lula marcou a mesma pontuação.

Agora, na quinta (8) e na sexta (9), o Datafolha ouviu 2.676 eleitores em 191 cidades, com uma margem de erro de dois pontos percentuais. O levantamento tem número BR-07422/2022 no Tribunal Superior Eleitoral e foi contratado pela Folha e pela TV Globo.

A estabilidade acaba sendo bom negócio para ambos os líderes da pesquisa, embora obviamente cobre um preço maior do presidente e seja um dos grandes impeditivos de sua postulação.

No caso de Bolsonaro, assim como houve apenas uma oscilação positiva de sua intenção de voto após os grandes atos comandados por ele no 7 de Setembro, na quarta, nem tampouco piorou sua imagem junto ao eleitorado —ele maneirou o discurso golpista, deixando no ar críticas ao Judiciário para os apoiadores vocalizarem, mas fez desfilou vulgaridades machistas e ataques a adversários e às pesquisas do Datafolha.

Entre as mulheres, 52% da amostra, Bolsonaro segue sendo mais rejeitado (55%) do que na população em geral. Lula oscila para baixo, reduzindo seu índice para 36%.

Já para o petista, a manutenção do nível de rejeição, que vinha subindo com sua maior exposição na campanha aos ataques de Bolsonaro e outros, poderá indicar se persistir um estancamento do processo.

O presidente tem o chamado sistematicamente de "ladrão", "ex-presidiário" e alguém que quer voltar à cena do crime, parafraseando o bordão do então tucano Geraldo Alckmin contra o PT em 2018 —hoje o ex-governador paulista é vice na chapa de Lula pelo PSB.

Para Bolsonaro, a estagnação também indica uma falta de efeito do Auxílio Brasil, programa de transferência de renda que substituiu o Bolsa Família cuja primeira parcela foi paga em agosto. Ele atinge 20 milhões de famílias pobres e teoricamente se espraia nesses segmentos.

Já Lula mantém o patamar de rejeição que tinha, a esta altura da campanha, em 1994: 38% então. Quando venceu em 2002, tinha 30% e na reeleição de 2006, 26%. Nas últimas semanas, sua equipe tem buscado consertar os erros do ex-presidente, que se indispôs com uma frase associando o agronegócio ao fascismo, por exemplo.

Ele e Bolsonaro são os mais conhecidos candidatos, respectivamente com com 98% e 97% dos eleitores os reconhecendo, como seria previsível. Na sua quarta campanha presidencial, Ciro é conhecido de 88%. Tebet, iniciante como candidata ao Planalto, viu a exposição na TV e em debates fazer sua taxa ir de 27% no levantamento de agosto, para 48% agora.

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